56ª Assembleia da CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – está realizando, entre os dias 10 a 20 de abril, a 56ª Assembleia Geral ordinária, na cidade Aparecida, SP. A CNBB foi fundada em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro, onde também funcionou a primeira sede, que depois foi transferida para Brasília – DF – em 1977. Desde a fundação as assembleias acontecem regularmente.
A origem e a finalidade da Igreja Católica não são iguais a outras organizações da sociedade. A sua origem remonta à vontade de Deus Pai, ela se configura com as ações de Jesus Cristo e continua no mundo sob a ação do Espírito Santo. A finalidade da sua existência é anunciar o Evangelho a todas as criaturas. Tendo presente isto, os 10 dias da assembleia, iniciam com a celebração da Santa Eucaristia com a oração das Laudes e durante o dia acontecem outros dois momentos de oração comunitária, Hora Média e Vésperas, da Liturgia das Horas que é o livro oficial de orações da Igreja. Além disso, o final de semana é dedicado a um retiro espiritual. Mesmo que a origem da Igreja seja divina, mas é destinada a pessoas humanas com suas fragilidades. A Igreja sabe que é santa pela sua origem, mas é pecadora por causa dos seus membros. A condução da Igreja é feita por pessoas humanas limitadas, por isso os humanos que a dirigem devem deixar-se conduzir pelo Espírito Santo.
A Igreja realiza a sua missão evangelizadora no mundo. Ser Igreja hoje é ser Igreja neste Brasil real que vivemos. Não é possível amar a Deus e ao próximo de forma abstrata e atemporal. Quando lemos o Evangelho percebemos que os ensinamentos de Jesus Cristo estão envoltos nos fatos históricos. Jesus mostra a todos os ouvintes qual é a vontade de Deus nestes acontecimentos e o que deveria mudar para que as pessoas e a sociedade tivessem vida em abundância. É neste mundo que acontece a Assembleia da CNBB que faz refletir, rezar, opinar e discernir a vontade de Deus no tempo presente.
Todos os pronunciamentos oficiais emanados na Assembleia são fruto de muito diálogo, debate, estudo. Há espaço e liberdade para cada bispo manifestar o próprio ponto de vista. Os assuntos passam por pronunciamentos individuais, estudos de grupos até chegarem ao debate no grande plenário. E quando um assunto ainda não chegou à maturidade suficiente não é aprovado e não é assumido como orientação do episcopado brasileiro.
Por sua natureza a Igreja procura construir a unidade, pois todos somos irmãos. Buscar a unidade na diversidade é sinal de quem quer construir. Submeter a visão pessoal sobre um assunto à verificação de uma assembleia é um sinal visível de quem quer edificar, de quem busca o bem comum. Bem no início do Cristianismo, lemos no livro dos Atos dos Apóstolos 15, 1-35, que apareceu uma questão que estava dividindo a Igreja. Os apóstolos se reúnem, falam abertamente, restabelecem a unidade e a alegria volta a reinar na Igreja. Terminam a reunião dizendo: “Porque decidimos, o Espírito Santo e nós… “ (15, 28).
A CNBB congrega os bispos do Brasil para que cada bispo realize da melhor maneira a sua missão em sua diocese. Os bispos são servidores da Igreja e por isso não podem agir isoladamente, mas a sua missão precisa estar em comunhão com o Papa Francisco e com os irmãos bispos. Temos o desafio de sermos bons pastores a exemplo de Jesus Cristo O Bom Pastor.
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo