A onça orgulhosa

Em nossos dias muitas pessoas não conseguem ser humildes. Erguem muros contra os outros, pois não aprenderam a cultura do diálogo, da partilha e do amor.

Vejamos a lenda da Onça Orgulhosa:

Conta-se que havia uma onça muito orgulhosa. Achava que não existia na floresta nenhum outro animal que fosse tão bonito, tão forte e tão inteligente quanto ela. Como era muito violenta e se zangava por qualquer coisa, todos tinham medo dela. Mal aparecia e todos iam embora. Assim, a onça era muito solitária e passava a maior parte do tempo dentro de sua caverna.

Mas aconteceu que uma família de macacos se mudou para uma árvore quase em frente à casa da onça. Eles eram muito simpáticos e divertidos. Todos se ajudavam mutuamente e gostavam muito de acolher os outros animais da floresta. Como estavam sempre atentos a tudo, eram também muito bem informados e sabiam de todas as novidades.

Foi assim que ficaram sabendo que a água da lagoa estava contaminada. Imediatamente convidaram todos os animais para uma reunião para informar que não deveriam beber daquela água. Todos vieram para o encontro, menos a onça que, ao ser convidada pelo macaco Tião, deu um urro tão forte que ele passou dois dias trêmulo.

Todos os animais passaram a beber água da nascente do rio, menos a onça que, bebendo a água da lagoa, logo adoeceu gravemente. Sentindo-se fraca, sem querer comer, a onça gemia sozinha em sua casa. Tião se sentiu tocado e resolveu que ia ajudar a onça. Contrariando a todos e surpreendendo a própria onça, ele passou a cuidar dela.

– Por que você está fazendo isso? Perguntou a onça.

O macaco Tião respondeu simplesmente: – Por amor!

Pois a onça ficou boa e, embora tenha dias que ainda se zangue, tornou-se uma nova criatura: humilde, agradecida e fraterna (cf. Manual da CFE; Ed. CNBB, Brasília, 2021, pg. 266).

Desta estória aprendemos que para tornar o mundo melhor:

1º) precisamos acolher o outro como amigo, dialogar e transmitir confiança;

2º) lembrar que somos todos irmãos em Cristo;

3º) necessitamos perdoar e pedir perdão e

4º) construir a paz superando o ódio e as violências.

Dom Hélio Adelar Rubert – Arcebispo de Santa Maria