Aos catequistas a nossa gratidão
Neste último do domingo do Mês Vocacional, quero manifestar, em nome dos diocesanos, a nossa gratidão e estima aos catequistas, pela dedicação com que assumem, por amor e como missão, o ministério de ajudar as crianças e os jovens a conhecerem Jesus na formação catequética, preparando-os para que possam receber os sacramentos na Igreja, comunidade de fé.
Neste tempo de provações e de isolamento social, marcado pela dor e esperança, os catequistas corajosamente se dispuseram a continuar a bonita missão de ajudar as crianças e os jovens a percorrerem o caminho do encontro com o Senhor Jesus, através da formação catequética. O processo de conhecer Jesus, que iniciamos em nossas famílias, continua na comunidade de fé e deve fazer parte do nosso ser discípulos do Senhor em todo o nosso percurso da vida, porque não podemos dar testemunho de quem não conhecemos. Os discípulos conheceram o Mestre porque caminharam com Ele, deixaram que ele lhes falasse ao coração sobre as coisas do Reino. O nosso discipulado passa também por esse caminho, não o de caminhar pelas estradas da Palestina com Jesus de Nazaré, mas o de deixar Jesus de Nazaré caminhar conosco, nas estradas da nossa vida, pessoal, familiar e comunitária; termos tempo para ouvir o Mestre que nos fala, através da Palavra de Deus, da oração, do silêncio e deixando que o Espírito Santo ilumine nossos passos e as escolhas que devemos fazer constantemente em nossa vida.
Quando aceitarmos, em nosso coração, que o Senhor Jesus é o caminho, a verdade e a vida, que nos conduz ao Pai, então aceitaremos caminhar com Ele, nos momentos bonitos, mas também naqueles difíceis que a vida nos apresenta. O caminho do encontro com o Senhor passa pelo coração, é percorrido através da estrada do amor, da compaixão, do perdão e da reconciliação. Podemos ser missionários em tantas realidades do mundo, mas devemos manifestar e testemunhar a nossa fé no Senhor, primeiramente no lugar onde vivemos, a começar nas nossas famílias, primeira Igreja e comunidade de fé, primeira escola de formação humana e cristã, que muitos gostariam de ver destruída, em nome de uma liberdade egoísta e descomprometida com os valores da família e do bem comum da sociedade.
O caminho do seguimento do Senhor e da missão é extremamente necessário no momento histórico em que estamos vivendo, em que as forças do mal querem passar a imagem de que o mundo seria bem melhor sem a presença de Deus. Por isso, procuram cancelar Deus da vida das pessoas e da sociedade, tirar a presença do amor-mistério, que alimenta a vida, a caridade, a esperança e a paz da humanidade. Tudo isso não deve nos desanimar, o próprio Jesus experimentou a indiferença dos seus quando começou a sua missão. Mas o Espírito do Senhor estava sobre Ele e o ajudou a revelar o plano de amor e o rosto da misericórdia do Pai. Não podemos nos apresentar diante do Senhor com o coração vazio de amor pela causa do Reino e cheio de desculpas para justificar o nosso comodismo, a nossa omissão, o nosso silêncio e a não participação na defesa dos valores do Evangelho, anunciados pelo Senhor.
“Não se pode ser cristão sem a graça do Espírito”, nos disse o Papa Francisco, porque é ele quem nos doa a força de amar. Por isso, não devemos ter medo de pedir ao Pai que o Espírito Santo reforce em nós a fé, nos dê forças para sairmos do nosso comodismo, deixando para trás a indiferença, que nos afasta de Deus e da vida de comunhão com a comunidade dos batizados. Gratidão e parabéns aos catequistas pela disponibilidade e amor na missão.
Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Caxias do Sul e Presidente do Regional Sul 3 da CNBB