Demais agarrado aos bens materiais
Nos tempos de Jesus já havia o problema de certas pessoas estarem demais agarradas aos bens materiais. Eram incapazes de buscar um caminho de perfeição por estarem vinculados às riquezas, ao dinheiro e aos próprios patrimônios.
O Evangelho deste domingo nos conta a história de um jovem que veio ao encontro de Jesus, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
Jesus disse: “Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás a ninguém; honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,18-19).
Aquele jovem era muito bom. Com a consciência em paz, pode dizer com toda a tranqüilidade: “Tudo isto tenho observado desde a minha juventude” (Mc10, 20).
Jesus então olhou para ele com amor e lhe disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, depois vem e segue-me!” Mas, quando ele ouviu isto, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.
Não nos surpreende que, diante desta cena, Jesus fizesse o comentário: “Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mc 10,23.25). Ele não está falando propriamente contra os ricos, mas contra o demasiado agarramento aos bens materiais.
As riquezas podem se transformar até em instrumento de santificação. Há muitas pessoas que aproveitam a sua situação econômica privilegiada e se tornam parceiros em projetos sociais de desenvolvimento e de sustentabilidade. Muitas boas iniciativas da Igreja ou de seus grupos organizados são parcial ou inteiramente financiadas por pessoas capazes de fazer doações expressivas, por amor à causa do Reino de Deus.
Nós estamos agora no mês das missões. Já no próximo domingo, estaremos celebrando o Dia das Missões. Em todas as Igrejas e Paróquias se fazem as coletas para as obras missionárias. Com estes recursos a Igreja acompanha os seus missionários, que abandonam a terra e a pátria, para anunciar Jesus Cristo em uma língua estranha, no meio de povos extremamente pobres, onde só conseguem viver dignamente se houver este apoio por parte da Igreja que os envia em missão.
Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo