Diante do mistério, nós cremos e seguimos!

No quarto domingo do advento, acendemos as quatro velas da coroa e já olhamos para dentro do mistério do Natal do Senhor. Em muitas de nossas famílias e também nas igrejas já temos os presépios. Os ranchos precários, que nos lembram a estrebaria de Belém, fazem o contorno do Filho de Deus que nasce, trazendo grande alegria a todo o povo, porque, no dizer dos anjos, “nasceu-vos um Salvador”!

Por coincidência, na liturgia deste domingo, nós lemos o texto de Samuel em que Davi se sente convocado por Deus para lhe construir uma casa. É a primeira idéia em torno de um templo para o Senhor.

Na história do povo de Israel já se haviam passado mais de mil anos e nunca ainda se tinha falado em templo. De um momento para o outro, o rei Davi faz os planos, inicia a construção, mas quem a conclui e inaugura o templo já é o sucessor, o rei Salomão.

O Evangelho evidencia que o nome de Davi não foi esquecido. Mil anos depois, “o Arcanjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27). Deus está prestes a realizar o seu eterno plano de amor. Está para enviar o seu Filho para salvar a humanidade. Escolhe uma virgem, apenas prometida a José, para ser a mãe do Filho de Deus.

A Igreja nos leva a refletir sobre o mistério da encarnação do Verbo. Este menino que nasce é o próprio Filho de Deus, concebido pelo próprio Deus, no ventre desta virgem, sem convivência sexual com homem algum. Ele será o Filho de Deus. Se fosse filho de José não seria salvador, seria um simples homem. Aquele que nós conhecemos como o Salvador, Ele é Deus, Ele é Filho de Deus, nascido de uma mulher.

É por isso, que São Paulo escreve na segunda leitura: “Agora esse mistério foi manifestado e, mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação do Deus eterno, ele foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé” (Rom 16,26-27). Este é realmente um mistério que nós cremos e seguimos!

Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo