Dom Leomar Brustolin reflete tema central da 59ª AG CNBB

Na Coletiva de Imprensa do quarto dia da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quinta-feira, 28, foi apresentado o processo de escuta sobre o Tema Central da assembleia do episcopado realizado junto aos 19 regionais sobre a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil à luz do Sínodo 2023.

O arcebispo de Santa Maria (RS) e coordenador do grupo do Tema Central, dom Leomar Antônio Brustolin conduziu a apresentação. A síntese consolidada na assembleia dos bispos ainda será amadurecida tendo em vista a atualização das novas diretrizes para ação evangelizadora da Igreja no Brasil.

Um dos desafios maiores relacionados ao tema central, apontou dom Leomar, é como formar discípulos missionários. Seguindo a proposta metodológica de escutar-discernir-agir, o arcebispo relatou o processo de escuta realizado, como um primeiro passo, e pontuou que a assembleia propõe uma percepção atenta, não seletiva, sobre a realidade da Igreja no Brasil:

“O diálogo inicia sempre na escuta. Precisamos ouvir para saber como esse episcopado tão numeroso enxerga, por exemplo, o contexto de pós pandemia, os desafios na transmissão da fé, a ideia de uma Igreja que está em saída. Precisamos recuperar a colegialidade entre o episcopado, numa recepção criativa do Concílio Vaticano II”, disse

Ele apontou que a atenção ao olhar à realidade exige de toda a Igreja a compreensão do que Deus quer dizer à Igreja neste contexto, na sabedoria de que não se trata de avaliar cada momento pelo número de participantes ou envolvidos, mas sim pela qualidade e pelo crescimento da comunidade e do seguimento individual e comunitário ao Evangelho. Para dom Leomar, a realização de eventos deve ser, inclusive, um sinal de alerta: “Precisamos trabalhar mais processos do que eventos. Não adianta promovermos tantos eventos pastorais se a comunidade não cresce”.

Propostas de ação

Dom Leomar afirmou que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil indicam caminhos claros para a concretização de uma Igreja Sinodal.

“A consolidação dos pilares da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária são fundamentais para recuperar o lugar da comunidade cristã. O tema central da assembleia também propõe este desafio: Fortalecer a comunidade cristã para que faça uma experiência de encontro com Jesus Cristo em uma sociedade em rápidas mudanças”, ressaltou dom Leomar na coletiva.

Um caminho fundamental para este fortalecimento, segundo o arcebispo, é a integração entre as pastorais, organismos e ações da Igreja. “Tudo deve estar integrado na comunidade eclesial missionária. As pequenas comunidades são espaços de vivência da fé onde se vive amparado e fortalecido no seguimento da palavra de Deus e da vida que o Senhor nos propõe” disse.

O prelado ressaltou que os desafios apresentados pelo tema não se esgotarão nesta Assembleia, mas devem despertar em cada comunidade o compromisso de assumir verdadeiramente a comunhão, a participação e a missão em vista de uma Igreja Sinodal. “Não temos receitas prontas nem fórmulas diante da complexidade e da pluralidade dos contextos atuais. Mas nossa bússola é o Evangelho na linha do Concílio Vaticano II, segundo o magistério do Papa Francisco”, finalizou dom Leomar.

A reflexão sobre o tema central ainda se desdobrará em outras etapas para balizar a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.