Em Moçambique, realidade da educação desafia equipe missionária
A Igreja, desde os primórdios, esteve relacionada com a educação. Além da educação religiosa em si, muitas escolas eram de responsabilidade de Igreja e o ensino e a catequese aconteciam no mesmo espaço. Ainda hoje há muitas escolas que são administradas por Igrejas, mas principalmente as congregações religiosas oferecem o ensino mantendo escolas de referência educacional.
Aqui em Moçambique, a educação é de responsabilidade do estado e, em Moma, por exemplo não há nenhuma escola particular, somente as escolas primárias do governo e apenas uma escola secundária completa, que corresponde ao ensino médio. As crianças podem caminhar até 4km para chegar na escola mais perto de sua casa e, os adolescentes, se tiverem a grande oportunidade de continuar os estudos do ensino médio, terão que se mudar para a vila de Moma ou outros distritos vizinhos.
Não bastasse a distância, as escolas não comportam todos os alunos, pois o número de filhos por família é alto e os trabalhos nas plantações e no auxílio diário em casa por vezes ultrapassam a prioridade de estudar.
Como forma de contribuir com a educação na localidade, a Missão do Regional Sul 3 em Moçambique também promove dois projetos sociais na vila de Moma, onde está localizada a casa dos misisonários. Os projetos acontecem no pátio da casa e são formados por uma Biblioteca Comunitária e um Reforço Escolar. A biblioteca atende os alunos a partir da 8° classe que chegam para fazer as tarefas e trabalhos. Este ano há muitos alunos, pois os professores estão deixando muitas pesquisas para os alunos fazerem em casa, sendo que os alunos estão indo para a escola apenas 2 dias por semana e tendo 1 aula de cada disciplina por semana, ainda por causa da pandemia. É de agradecer quando os professores realmente explicam algum conteúdo na escola, pois os alunos relatam que por vezes um professor fica somente 10 ou 15 minutos na sala, passa um trabalho e vai embora.
Para as crianças, o reforço escolar auxilia principalmente no ensino da leitura, escrita e operações básicas da matemática, também pela grande deficiência encontrada na educação básica. Infelizmente é comum encontrar alunos da 6° classe que não sabem ler. O projeto também oferece alfabetização para as mulheres, já que o índice de evasão escolar é muito grande, principalmente para as meninas.
Os projetos sociais acontecem com a ajuda de jovens voluntários da Vila que recebem formação e acompanhamento da equipe Misisonária para realizar o trabalho de ajuda aos próprios colegas. A biblioteca atende em torno de 50 jovens por turno e tem 15 voluntários. O Reforço escolar conta com 12 turmas, 153 alunos e 20 voluntários.
Colaboração: Leiga Missionária Maria Isabel Tromm
Galeria de Imagens: