Era preciso ser levantado

O segundo livro das Crônicas narra com toda a crueldade o saque de Jerusalém e a destruição do templo de Deus. Além disso, Nabucodonosor levou cativos para a Babilônia todos os que escaparam à espada e eles se tornaram escravos do rei e de seus filhos.  Era a pior desgraça que poderia ter acontecido ao povo de Israel.

Depois, Ciro, rei da Pérsia conquistou a Babilônia e deu liberdade ao povo de Israel, não só para regressar aos seus antigos territórios, mas ainda lhes alcançou os recursos necessários para reconstruir o templo de Jerusalém. Era o máximo que este pobre povo podia esperar nos longos anos do cativeiro na Babilônia. Ciro parecia um salvador!

Mas o evangelho deste domingo aponta para o outro Salvador: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos aqueles que nele crerem eles tenham a vida eterna” (Jo 3,14-15). Jesus se refere à serpente, levantada por Moisés, para curar os mordidos por serpente venenosa, olhavam para aquele instrumento de bronze e estavam salvos.

Jesus fala de seu futuro, quando for levantado da terra, Ele atrairá a todos que tiverem fé e estiverem convertidos a Ele. Na intimidade, com os apóstolos Ele fala cada vez mais claramente a respeito de sua próxima paixão, morte e ressurreição.

Os pobres apóstolos ficam sempre mais angustiados e cheios de dúvidas, com palavras, como estas: “De fato, Deus não enviou o seu filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito” (Jo 3, 17-18).

Enquanto isso, São Paulo nos fala do que realmente aconteceu com a paixão, morte e ressurreição do Senhor: “Por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos! Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus…” (Ef. 2,4-6). Nós fomos remidos por Jesus. Mas, a nossa fé é decisiva. Precisamos sempre de novo crescer em nossa fé e torná-la mais viva e atuante.

Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo