Família “Amoris Laetitia”

A liturgia deste domingo manifesta a grande preocupação de Deus em indicar-nos o verdadeiro caminho da salvação e da vida. Esse caminho deve ser construído pelo acolhimento da proposta de Deus em transformar o coração humano pela sua ação generosa. Deus quer firmar uma nova aliança que consiste em seguir fielmente seus ensinamentos. A liturgia também nos mostra que Jesus é o sumo-sacerdote da nova aliança firmada na sua entrega total por obediência ao Pai. Motiva-nos a aprender com Ele o caminho do amor, da obediência, da doação total de si mesmo a Deus e aos irmãos. A recompensa desta entrega é garantia da ressurreição e da vida eterna. Por isso, firmemos com Deus esta aliança de amor, desapegando-nos de nós mesmos para seguir os passos de seu Filho Jesus, confiante de que, passando com Ele pela cruz, alcancemos também com Ele, a graça da ressurreição.

Caros irmãos e irmãs. Também trazemos presente hoje que neste dia 19 de março, a Igreja comemorou 5 anos desde a publicação da Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” sobre a beleza e a alegria do amor familiar. Iniciamos com o Papa Francisco e a seu pedido, o Ano “Família Amoris Laetitia”, que será encerrado no X Encontro Mundial das Famílias em Roma com o Santo Padre no dia 26 de junho de 2022.

Sigamos o pensamento do Papa Francisco:

A experiência da pandemia destacou o papel central da família como Igreja doméstica e também a importância dos laços entre as famílias, que fazem da Igreja uma “família de famílias” (AL 87). Por meio das iniciativas espirituais, pastorais e culturais planejadas para este Ano “Família Amoris Laetitia o Papa Francisco pretende dirigir-se a todas as comunidades do mundo, convidando cada pessoa a ser uma testemunha do amor familiar.

Tem como objetivos difundir a mensagem cristã sobre a família à luz dos desafios do nosso tempo; aprofundar o texto da exortação apostólica e do magistério do Papa Francisco; convidar toda a Igreja: as dioceses e as paróquias, juntamente com os movimentos, associações e famílias, a se dedicarem com vigor à pastoral da família e outras iniciativas em favor da família.

À imitação da Sagrada Família, somos chamados a redescobrir o valor educativo do núcleo familiar: ele deve fundar-se no amor que sempre regenera as relações e abre horizontes de esperança. A comunhão sincera pode ser experimentada na família quando é uma casa de oração, quando os afetos são sérios, profundos e puros, quando o perdão prevalece sobre a discórdia, quando a dureza diária da vida é suavizada pela ternura mútua e pela serena adesão à vontade de Deus. Deste modo, a família abre-se à alegria que Deus concede a todos os que sabem doar alegremente. Encontra a energia espiritual para se abrir ao mundo exterior, aos outros, ao serviço dos irmãos. A família evangeliza através do exemplo de vida.

Diz ainda o Papa:É verdade, em todas as famílias há problemas, e por vezes até discussões. “Padre, discuti…” — “somos humanos, somos fracos e às vezes, todos nós discutimos em família. Digo-vos uma coisa: se discutirmos em família, não terminemos o dia sem fazer as pazes. Na família há três palavras, três palavras a conservar para sempre: ‘com licença’, ‘obrigado’, ‘desculpa’. Se numa família, no ambiente familiar, existem estas três palavras, a família estará bem”.

“Este Ano da Família ‘Amoris Laetitia’ quer ser um ano especial para crescer no amor familiar. Convido a um renovado e criativo impulso pastoral para colocar a família no centro das atenções da Igreja e da sociedade”.

Confiemos à Sagrada Família de Nazaré, em particular a São José, esposo e pai solícito, este caminho com as famílias do mundo inteiro. Que Maria interceda por todos nós para vivermos comprometidos no seguimento de seu Filho Jesus. Amém!

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim