Fortalecidos na fé e na esperança, pela presença do Ressuscitado
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na nossa peregrinação de filhos e filhas para a casa do Pai, podemos ter sempre aquela esperança de que o sono da morte não conhece a eternidade, porque a eternidade Deus reservou para a vida, através da ressurreição, da qual o Senhor Jesus nos dá testemunho. Ele vive e é luz a iluminar a nossa vida, nos passos do dia-a-dia.
Na vida de fé, a Páscoa faz renascer o canto da beleza do amor, reacende a vida contra toda lógica de morte. A Páscoa nos chama a ressuscitar, a levantar e a combater, dentro de nós, o duelo de vida e morte, resignação e esperança. Porque na Páscoa renasce a esperança: a vida venceu, e a morte prepotente foi derrotada! Em mim e em cada um de vocês, no santo e no pecador, no rico e no pobre mendigo, na vítima e no carrasco, porque tem o Cristo Jesus, que renasce e nos arrasta para o alto, com a força da luz redentora de Deus.
Na Páscoa celebramos a ressurreição de Jesus, como um acontecimento extraordinário. Mas para viver e celebrar a vida nova em Cristo, no cotidiano, é preciso acreditar, é preciso ter fé. Porque somente o amor pode ver o invisível, somente a fé pode crer no incompreensível, somente a esperança torna a vida possível. Por isso, devemos deixar de lado o medo de amar e acolher Jesus ressuscitado, em nossa vida e em nossas famílias. Devemos tirar as pedras que bloqueiam a porta do nosso coração, para que o ressuscitado possa aí entrar e conosco viver, iluminando nossa vida e guiando nossos passos. Sem ele viveremos no medo, na escuridão, no abandono, sem o amor, a fé e a esperança, que alimentam e dão sentido a nossa vida.
Devemos acreditar que realmente somos amados pelo Senhor Jesus, porque sem a dimensão do amor, os gestos e a entrega da vida de Jesus não teriam sentido, seria pura loucura. Por isso, a ressurreição do Senhor Jesus, que celebramos na Páscoa, deve despertar no nosso coração a aurora da esperança, para voltarmos a cantar o canto da reconciliação e da caridade, elevando a Deus um hino de alegria, que nasce de um coração libertado.
Que a vida nova, que brota do Cristo ressuscitado, liberte o nosso coração do vazio, da falta de amor, do medo e das angústias. Que o Ressuscitado toque a nossa vida, cure as nossas feridas, fortaleça a nossa fé, para vivermos como novas criaturas, na caridade, no amor e na sinceridade. Porque mesmo vivendo sobre a terra, estamos em real comunhão com Jesus, que ressuscitou está no céu, à direita do Pai.
Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Caxias do Sul