Jesus nos chama à salvação
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A palavra de Deus é sempre uma denúncia do pecado e um convite à renovação e à conversão. É como uma espada que transpassa o coração e nos coloca defronte às nossas fragilidades, os nossos erros e o mal que muitas vezes nos impedem de vivermos a fraternidade de filhos e filhas de Deus, em família e na comunidade.
Jesus chama também os homens e as mulheres que peregrinam neste mundo, na realidade de hoje, à salvação. Ele conhece as nossas virtudes, mas também as nossas fragilidades, que nos ferem no corpo e na alma, e não deixa de nos oferecer uma vida nova, através do seu amor misericordioso e da sua compaixão. Jesus é o bom pastor que vê as realidades escondidas que guardamos no nosso coração e continuamente nos ferem, porque não confiamos na força libertadora do perdão. Ele é o bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. As ovelhas conhecem a sua voz, nele confiam e o seguem. O mal e a morte não têm mais poder sobre elas. O poder de Jesus se identifica com aquele do Pai: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).
Jesus, o bom pastor, nos revela o rosto autêntico de Deus, um Deus que nos ama, que se ajoelha para lavar os pés dos homens. E nós seremos merecedores de toda essa ternura e amor de Deus, se tivermos a humildade em nosso coração para acolhermos a sua Palavra e deixarmos que ela oriente a nossa vida pessoal, mas também da nossa família e da comunidade. O bom Pastor não tem medo de sofrer pelas suas ovelhas porque ele as conhece, chama, conduz e caminha à sua frente, e estas o seguem. Por isso é importante que cada batizado se sinta Igreja, e cultive um relacionamento de pertença a uma comunidade, para mantermos viva a missão que o Senhor Jesus nos confiou: “testemunhar e anunciar o Reino de Deus no mundo”. Sem a comunhão das ovelhas com o seu pastor, corremos o perigo da dispersão, e dispersos, seremos presas fáceis do maligno, e daqueles que não têm um compromisso de amor com o povo do Senhor.
O pai e a mãe que assumiram, diante de Deus, formar uma família em nome do amor recíproco, devem também, em nome desse amor, ensinar com sabedoria, educar e cuidar com amor os filhos, para que a família possa ser um espaço sagrado que acolha e cuide da vida dom de Deus. Muitos dos males que podemos observar na nossa sociedade, embora não queiramos admitir, provem do vazio existencial, da falta de Deus. Quando falta Deus na nossa vida, falta amor, compreensão, perdão e reconciliação, com as pessoas que estão ao nosso lado, no ambiente familiar e também comunitário.
No quarto Domingo do tempo pascal, a Igreja, comunidade de fé, convida seus filhos e filhas a participarem do 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, tendo presente o chamado do Senhor e a resposta que cada um de nós pode dar a Deus, de forma livre e consciente. Como sociedade, comemoramos no segundo domingo de maio, o Dia das Mães, e o fazemos com espírito de gratidão. Creio que todos nós levamos no coração e fazemos memória, nos passos da nossa vida, de palavras simples, encorajadoras e afetuosas que ouvimos de nossas mães, muitas vezes nos momentos difíceis que tivemos. Aquilo que recebemos e vivemos em nossas famílias nos acompanha no peregrinar da vida. Muitos dos nossos santos receberam no ambiente familiar uma formação que os ajudaram a discernir a própria vocação. A família é a primeira promotora vocacional dos filhos, a falta de vocações é também um reflexo da vivência da vida cristã das nossas famílias e das nossas comunidades. Que tenhamos os ouvidos do coração abertos à voz do Bom Pastor, que nos chama á segui-lo e servi-lo pelo dom da vocação.
Por intercessão de Nossa Senhora de Caravaggio, nossa mãe, rainha e padroeira de nossa Diocese, abençoe-vos o Deus todo poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Tende todos um bom dia.
+ Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Caxias do Sul