Jesus nos ensina a amar
Entre tantos ensinamentos importantes que recebemos de Nosso Senhor, o que nos ensina a amar pode-se dizer que é o centro, o coração do Evangelho.
“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, nos ensina Nosso Senhor no Evangelho deste Domingo (João 15,9-17).
Aqui não temos um conselho do Senhor, mas um mandamento. Por que esta “ordem” do Senhor, este imperativo do amor?
Porque Jesus que nos ama, sabe que todos corremos o risco de nos prendermos a nós mesmos, de sermos escravos da pior escravidão que pode existir, que é a escravidão de si mesmo: do viver para si, do só pensar em si, de só buscar os próprios interesses. Todos podemos nos deixar acorrentar nas cadeias do egoísmo, da autossuficiência, do pretender ser o centro do mundo e das atenções.
Por isso, o Mandamento do amor!
Quando nos dispomos a cumpri-lo com determinação e generosidade, Deus nos dá sua graça, como um auxílio que vem do alto, que pouco a pouco vai nos capacitando para ainda amar mais. O processo no crescimento do amor não tem fim, não tem limites. Quanto mais se ama a Deus e ao próximo, mais alguém se torna capaz de amar.
Na 1a Leitura deste Domingo, ouvimos como São Pedro vai à casa de um pagão, o centurião Cornélio, para anunciar o Evangelho da salvação para aquela família. Este é o primeiro passo, o primeiro momento de abertura da comunidade cristã primitiva em direção aos pagãos. E o que chama a atenção é o fato de que o Espírito Santo é derramado também sobre aquelas pessoas, assim como tinha sido derramado sobre os Apóstolos e Nossa Senhora, no Cenáculo de Jerusalém.
Este acontecimento mostra a universalidade da graça de Deus e como a Igreja é chamada a estender-se por todo o mundo, superando a tentação de se transformar em uma seita judaica.
Esta leitura deve nos ajudar a entender a missão que todos nós, cristãos batizados temos de espalhar em todas as realidades onde estivermos inseridos a Boa Nova do Evangelho.
São João, na 2a Leitura (1 João 4,7-10) nos faz chegar às fontes da caridade, às raízes do amor cristão.
O Pai enviou-nos seu Filho para que recebêssemos a vida eterna, para que nosso pecado fosse perdoado. E para que isto acontecesse, Jesus se fez expiação pelos nossos pecados. Isto quer dizer que nós aprendemos a lição do amor verdadeiro não através de umas palavras bonitas de Deus, mas através da entrega amorosa e generosa que Jesus fez de sua vida, em obediência ao plano de salvação de Deus.
Cada vez que nos reunimos para a celebração da Santíssima Eucaristia, da Missa como costumamos dizer, nós recordamos e bendizemos esta realidade do amor de Deus por nós, que em tantas oportunidades e de tantas formas se manifestou na história da salvação.
De maneira especial, este amor se manifestou na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Hoje, participando deste Memorial, a transformação em Cristo e a salvação que Ele nos obteve na cruz nos atingem plenamente, fazendo-nos receber o perdão e infundindo em nós este amor de Deus que nos foi dado em Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen