Mostrai-nos ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei
Assim pedimos no Salmo Responsorial deste Domingo (Salmo 84). De fato, na medida em que “mergulharmos” no amor infinito que Deus nos tem, no amor que Ele é, não ficaremos indiferentes e o amaremos também. E ao amá-lo teremos encontrado a nossa salvação.
As leituras da Missa de hoje, apresentam-nos pistas para obtermos esse tão importante conhecimento divino.
Assim a 1ª Leitura (1º Livro dos Reis 19,9.11-13) diz-nos que o profeta Elias, que fugia da perseguição da rainha pagã Jezabel, no Horeb, não encontrou Deus na rajada de vento, nos terremotos, mas sim na ligeira brisa. A ideia de um Deus vingador não corresponde à realidade do verdadeiro Deus. Ele está em toda a parte, mas nós o sentiremos mais no silêncio, na brisa suave, na oração silenciosa, no esconderijo do nosso quarto.
Ele caminha sobre as águas do mar, símbolo de todo o mal, como nos diz o Evangelho de hoje (Mateus 14,22-33). Ele nos diz: tende confiança, sou Eu. Não temais. Por maiores que sejam as dificuldades da vida, com Ele nada teremos a temer. Assim o lembrou São João Paulo II, logo no início do seu pontificado, quando o mundo se encontrava sob terríveis ameaças de guerra. A fé deste grande e Santo Papa, tudo conseguiu vencer, para bem de toda a humanidade.
De fato nosso Deus não gera temor, mas confiança. Feliz de quem tem fé. A presença de Jesus no barco dos Apóstolos trouxe de imediato a paz, calma e sossego para todos. Como é importante reconhecê-lo presente no “barco” da nossa vida!
São Paulo, na 2ª Leitura da Missa de hoje (Romanos 9,1-5), exprime a sua profunda tristeza pelo fato do povo judeu não ter reconhecido Jesus e consequentemente ter sido privado de tão valioso e indispensável auxílio divino, o que levou Jesus a dizer “quantas vezes quis reunir os teus filhos, como a galinha reúne os seus pintainhos sob as asas e não quiseste!” (Mateus. 23,37).
Como é bom saber que Ele quer estar conosco! Não façamos como o povo de Israel. Deixemo-nos acariciar por Ele. Saibamos sempre corresponder ao Amor infinito que Ele nos tem. Possuí-lo é ter a maior das riquezas, Ele é o Criador e Senhor de tudo quanto de bom existe, e porque é onipotente tem a solução para todos os grandes e pequenos problemas da vida.
Como é importante conhecê-lo cada vez mais, para mais e mais correspondermos ao Seu amor. Esse conhecimento e encontro cheios de amor fomentam-se especialmente com a oração silenciosa e constante no dia a dia da vida. Por isso é tão importante a oração e o contato e meditação da Palavra de Deus! Com o recurso a estes valiosíssimos meios, nós o teremos sempre conosco, e a possibilidade de anunciá-lo a quem o desconhece, para que todos possam chegar sãos e salvos à Pátria eterna dos Céus.
Dom Antônio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen