Nosso Ano Litúrgico
Com o 1º Domingo do Advento inicia na Igreja um novo ano no Calendário Litúrgico. O Ano Litúrgico está organizado num ciclo de três anos, diferenciados pelas letras A, B e C. No último domingo, dia 26, terminamos o ano A com a Solenidade de Cristo Rei do Universo. No domingo, 3 de dezembro, começa um novo ciclo litúrgico, no ano B.
No ano A se reflete o Evangelho de Mateus, no ano B o de Marcos e no ano C, o de Lucas. O Evangelho de João aparece nos dias de festas e solenidades, principalmente no Tempo Pascal.
Cada Ano Litúrgico evidencia as duas grandes e principais festas para os cristãos: o NATAL e a PÁSCOA, que são mediados pelo TEMPO COMUM. O tempo do Advento prepara o Natal; depois vem um aprofundamento desta Festa, com o Tempo do Natal. A principal festa litúrgica dos cristãos é a PÁSCOA, que é preparada pelo Tempo da Quaresma (40 dias); depois da Páscoa vem um aprofundamento com o Tempo da Pascal.
O Tempo Comum é dividido em duas partes. A primeira parte se inicia logo após a festa do batismo de Jesus e vai até o início da Quaresma. A segunda parte acontece após a Solenidade de Pentecostes e vai até o Tempo do Advento.
O Tempo Comum, composto de 34 semanas, apresenta Jesus no caminho, subindo para Jerusalém, e mostra qual o caminho que devemos seguir para nos tornarmos seus discípulos e construirmos, aqui na terra, o Reino de Deus. O Reino de Deus já está no meio de nós, mas ainda em construção através de nossas boas obras no CAMINHO.
O Ano Litúrgico está organizado para lembrar que Cristo é o “centro” das nossas vidas. Nossas celebrações não são meras repetições, a cada ano muda o conteúdo das leituras. A Palavra de Deus é “viva e eficaz” (Hb 4,12) por isso, cada vez que a lermos, descobriremos coisas novas. À medida que vamos amadurecendo na fé nos capacitamos a perceber Deus em dimensões mais profundas. Quem percebe a liturgia como mera repetição, infelizmente, é porque está parado no caminho da fé.
No ano B, que está iniciando, nossas reflexões terão a predominância do Evangelho de Marcos, que procura responder à pergunta: Quem é Jesus? Ele nos pergunta: “Quem sou eu?” (8,28). Também aqui, para quem a resposta desta pergunta é sempre a mesma, é porque não está aprofundando sua fé. Quem é Jesus, não é apenas uma informação, mas uma experiência, a ser continuamente aprofundada.
Jesus proíbe seus discípulos de revelarem sua identidade messiânica, porque eles têm a imagem do Messias terreno. Somente depois da Ressurreição entenderão verdadeiramente que a missão de Jesus que não era só deste mundo. Também os discípulos de hoje, no caminho do discipulado, desenvolvem e aprofundam o seu conhecimento de quem é Jesus.
Celebremos com alegria mais um Ano Litúrgico e, através dele, aprofundemos nosso conhecimento e experiência de quem é Jesus e o que Ele verdadeiramente representa para nós.
Dom José Mário Scalon Angonese – Bispo Diocesano de Uruguaiana