Olhemos para mãe África

Dom Jaime Pedro Kohl

Bispo da diocese de Osório

Acabo de chegar de Moçambique-África, onde – enquanto bispo referencial da Animação Missionária do Regional Sul III da CNBB – estive em visita a equipe missionária que lá vive e atua no “Igreja Solidária”, projeto de cooperação missionária entre a Igreja do Rio Grande do Sul e a Arquidiocese de Nampula, situada ao norte do país. O projeto já é realizado há 22 anos. Muitos missionários e missionárias – sacerdotes, religiosas e leigos – já participaram.

Tive a alegria de acompanhar a jovem missionária Victória Holzbach, jornalista e coordenadora da Pascom da Arquidiocese de Passo Fundo, que movida pelo espírito missionário, deixou seu emprego, família e amigos e partiu para um serviço voluntário como missionária por um período de três anos. Ficamos juntos uma semana e posso garantir que já está muito bem enturmada na equipe que vai dar continuidade à Missão.

Está para regressar, no início de novembro, depois de quatro anos de dedicação incansável, a jovem Daniela Gamarra, natural de Gravataí, Arquidiocese de Porto Alegre, um testemunho muito bonito de quanto bem podem fazer os leigos e leigas na missão além-fronteiras, expressão da vocação missionária de todos os cristãos.

Também, estará regressando o Pe. Badacer, da diocese de Itabuna-BA, que se juntou ao nosso grupo, dando uma grande contribuição para a continuidade dos trabalhos quando carecíamos de sacerdotes do nosso Regional. Somos muito agradecidos ao Pe. Badacer e à diocese de Itabuna por essa preciosa colaboração missionária.

Essa parceria com a Igreja Particular de Itabuna continua com a liberação de outro missionário, o Pe. Luiz, que já está lá participando e assumindo a missão juntamente com o Pe. Atílio da diocese de Cachoeira do Sul e o Pe. Domingos da diocese de Bagé. Eles três com a jovem Victória compõem a nova equipe missionária nos próximos anos. Um equipe jovem, cheia de disposição, servindo com alegria e acompanhando pastoralmente duas paróquias que juntas somam mais de 150 comunidades.

Um povo sofrido que carece de saúde, educação, comida, água potável, saneamento básico, moradia digna. Uma grande precariedade em todos os sentidos, mas um povo alegre e acolhedor. Mesmo na pobreza não carece de generosidade. Cada vez que os visito volto edificado e motivado a fazer mais e melhor para que essa cooperação continue. Muitas vezes devemos convir que choramos de barriga cheia e não nos utilizamos o quanto podíamos para manifestar nossa solidariedade.

Que durante esse mês missionário deixemo-nos provocar e questionar pela reflexão sobre a missão Ad Gentes e possamos realizar gestos concretos em favor de nossos irmãos que mais precisam. Olhemos para a mãe África!

 

 

 

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