Primeiro Dia Mundial dos Pobres 

Dom Dom José Gislon – Bispo Diocesano de Erexim

banner-site-solidariedade2A Igreja Católica, tendo presente o sofrimento e as necessidades de milhões de pessoas empobrecidas pelas guerras, por políticas econômicas que geram exclusão social, a corrupção que predomina na administração da causa pública em muitos países, deixando à margem o interesse pelo bem comum da sociedade, o subdesenvolvimento dos países que são explorados nas riquezas naturais que favorecem alguns em detrimento da dignidade de milhões, instituiu, por iniciativa do Papa Francisco, o Primeiro Dia Mundial Dos Pobres, a ser celebrado à luz da fé, iluminado pela Palavra de Deus e tornado fecundo pelas obras de caridade. O Papa indicou o domingo anterior à solenidade de Cristo Rei para esse dia. Neste ano, é neste domingo.

Tomando as palavras da primeira carta de São João (1 Jo 3,18), “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade”, o Papa Francisco nos recorda que “o Corpo de Cristo, partido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. A pobreza e a indigência de milhões de pessoas interpelam-nos todos os dias, com os seus inúmeros rostos marcados pelo sofrimento, pela marginalização, pela opressão, pela violência, pelas torturas e a prisão, pela guerra, pela privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e pelo analfabetismo, pela emergência sanitária e pela falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e pela escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada”.

“A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada”!

O maior pecado contra o pobre é talvez a indiferença, o fingir de não ver, o “passar adiante, do outro lado da estrada” (Lc 10,31), a dureza de coração que gera a insensibilidade em relação aos que estão à margem do caminho.

Ressoam no tempo e para a história as palavras do Beato Paulo VI (Discurso de abertura na II Sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, 29/IX/1963). …benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem «se», nem «mas», nem «talvez»: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus.

 

 

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