Santidade pelo testemunho de vida!

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na celebração litúrgica da Solenidade de Todos os Santos, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a nossa vocação à santidade, lembrando que fazemos parte do projeto de amor de Deus. Cada um de nós deve sentir-se abraçado pelo seu amor de Pai misericordioso, nos passos da vida. Mesmo passando muitas vezes por provações, ou nos sentindo feridos no corpo e na alma, em certos momentos da nossa peregrinação terrena, não devemos deixar de amar, de cultivar a nossa fé, de abrir os ouvidos e o coração, para ouvirmos o Senhor que nos fala com amor e ternura, reavivando as nossas forças, para prosseguirmos na caminhada de povo de Deus.

Nos passos da vida, deveríamos ter presente que a vocação à santidade equivale à vocação à felicidade. É aquilo que Deus quer para seus filhos e filhas, assim como os pais esperam que seus filhos sejam felizes. Mas a felicidade provada segundo a lógica do Evangelho é diferente da felicidade que, segundo a lógica do mundo, pode ser comprada. A vocação à santidade é vivida num doar-se continuamente por amor a Deus e ao próximo. Aos olhos do mundo, do ponto de vista humano, o processo de santidade, vivido no abandono de si para estar próximo dos mais necessitados, pode ser interpretado até como fracasso. O testemunho dos santos nos ensina que perseverar na fidelidade ao Evangelho é o caminho para a santidade.

A santidade é comunicada ao mundo através do Cordeiro manso e humilde pregado na cruz. Ele mantém os braços abertos para acolher a todos numa fraternidade universal. É dele, que entregou a vida por amor, mas ressuscitou e permanece vivo entre nós, que aprendemos a viver o dom da vida, em peregrinação e num constante processo de conversão e santificação. Lembrando que os santos foram homens e mulheres que viveram a vida nas realidades do seu tempo, mas souberam acolher, antes do fazer. Acolheram o dom de Deus e a sua Palavra e viveram confiando em Deus, sustentados pela sua graça. Alguns se santificaram porque padeceram perseguições atrozes e sofreram o martírio, pela fé no Senhor Jesus, mas perseveram até o fim, sustentados pela Palavra de Deus. Outros se santificaram na caminhada do cotidiano da vida. Foram homens e mulheres, jovens e adultos, que conheceram o pecado e os limites da criatura humana, mas no peregrinar deste mundo, aceitaram percorrer o caminho da conversão em Cristo, onde puderam fazer a experiência da misericórdia de Deus. Porque à santidade somos chamados todos nós, pela graça do Batismo que recebemos, e podemos vivê-lo no amor e na fidelidade ao Pai. “Vede que amor tão grande o Pai nos concedeu, a ponto de nos podermos chamar filhos de Deus; e, realmente o somos!” (1Jo 3,1).

Dom José Gislon, OFMCap – Bispo Diocesano de Caxias do Sul e Presidente do Regional Sul 3