Seguir Jesus Cristo
Jesus retirou-Se com os Apóstolos para o lado das nascentes do rio Jordão e aproveitou este momento de tranquilidade para interpelá-los acerca do modo como encaravam a Sua missão. Tratava-se de uma forma delicada de levá-los a refletir sobre o momento que estavam a viver.
Ao falar de Jesus Cristo, Salvador, há uma pergunta prévia a fazer: Que salvação esperamos dele? Há os que esperam alguma coisa depois desta vida? Como concretizam as pessoas a esperança da salvação eterna? Muitos desconhecem completamente quem é Jesus e que papel tem nas suas vidas. O maior inimigo de Deus no mundo de hoje é a ignorância. Consequentemente, vivem como se Ele não existisse. Alguns se arrogam certa jactância, como se o ignorar tudo o que se refere ao cristianismo aumentasse a sua grandeza.
Há cristãos também que praticam certa devoção, mas sem qualquer compromisso prático na vida. Religião e vida, templo e comportamento no meio da rua, nos negócios, nas conversas, funcionam como dois compartimentos estanques que nada têm a ver um com o outro. Comovem-se com uma procissão ou qualquer outra manifestação de religiosa, mas depois se esquecem de tudo isso no dia a dia. Alguns fazem de Jesus Cristo um socorro ocasional de que se lança mão em uma doença ou qualquer outro aperto da vida. Há ainda os cristãos com a preocupação de certa vida interior que caíram na rotina; ou vivem “de pé atrás”, defendendo-se das exigências de Deus, pondo limites drásticos à generosidade de cada dia.
O importante é que façamos dele o Amigo íntimo de todos os momentos, procurando aumentar esta intimidade cada vez mais, o nosso irmão mais velho que nos serve de referência e modelo em todos os momentos.
A pergunta de Cristo ressoa ao ouvido de cada um de nós: “E tu, quem dizes que Eu sou?” O homem perdeu-se e Deus enviou o Seu Filho a fim de o reencaminhar para o Céu.
Para isso, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo, tornou-se nosso irmão, Deus e Homem verdadeiro, para assumir, como próprias as nossas dívidas contraídas pelo pecado de Adão e pelos nossos pecados pessoais. Pagou a dívida dos nossos pecados pela Sua Paixão e Morte, e Ressuscitou ao terceiro Dia. Põe à disposição de cada um de nós todos os tesouros da graça. Basta que nós manifestemos, por um pequeno gesto, que aceitemos a Sua ajuda para Ele nos enriquecer com todas as graças.
Deixou tudo extremamente facilitado para que nos pudéssemos salvar. Estabeleceu como porta a Igreja e o Batismo, mas aceita que seja a vontade dos pais a manifestar o desejo de recebê-lo, quando o que vai ser batizado é pequenino e não é capaz de fazê-lo; permite, em situações extraordinárias que seja qualquer pessoa que batize, mesmo que ainda não seja cristã, desde que faça tudo como a Igreja ensina e tenha a intenção de fazer o que ela faz; e admite outras formas de batismo quando o da água não é possível: de desejo ou martírio. Na Sua liberalidade infinita estabeleceu que mesmo sem batismo, quando uma pessoa vive retamente, procurando fazer a vontade de Deus, entrará no Reino dos céus.
E se temos a desgraça de perder a vida divina que recebemos no Batismo, pelo pecado mortal, a qualquer dia da noite ou do dia, a porta da casa do Pai e os seus braços estão sempre abertos para nos receberem festivamente, através do Sacramento da Reconciliação.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Diocese de Frederico Westphalen