Tema da Campanha da Fraternidade repercute na Universidade Estadual do RS

Por ocasião da Campanha da Fraternidade (CF/2017), a Coordenadora de projetos de extensão da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), Jaqueline Lidório de Mattia, procurou o Regional Sul 3 da ConferênciaProfessora Jaqueline Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para uma parceria. Recebeu o material da CF e desenvolveu um projeto de divulgação entre os alunos da Universidade.

A Assessoria de Imprensa do Regional Sul 3 da CNBB entrevistou a professora Jaqueline Mattia:

A Campanha da Fraternidade, promovida pela Igreja Católica, em 2017, trata sobre os biomas brasileiros. Qual a inferência do tema na sociedade moderna?

Acredito que o tema tratado pela CF trouxe para debate algo polêmico. Há urgência de colocarmos em debate os biomas brasileiros e o importante papel que eles exercem em nossa sociedade.

Os biomas Pampas e Mata Atlântica envolvem o Rio Grande do Sul. Atualmente, como eles estão sendo cuidados? Há degradação?

Pelos quase 6 anos que vivi em Bagé, verifico que o latifúndio tem feito nosso bioma Pampa desaparecer aos poucos ou se desertificar pela ausência de cuidados. Ao mesmo tempo, há sim, ações pontuais de grupos e entidades que primam pela sustentabilidade, em promover o debate para preservação do Bioma, juntamente com as escolas e a universidade. Porém acredito que o trabalho devesse ser mais rigoroso, pois uma vez que estejam degradados, há dificuldade em reconstruí-lo.

O que fazer para cuidar dos biomas que envolvem o Rio Grande do Sul? Ações como a proposta de debate pela Igreja somam?

Com certeza. Toda sociedade precisa estar engajada nas discussões e mobilização da comunidade rumo à preservação. Ainda assim, há a necessidade de aproximação dessas discussões em outros espaços como escolas. As crianças precisam participar ativamente dessas discussões e semearem em casa esses conhecimentos.

O bioma Pampa envolve os países vizinhos, Argentina e Uruguai, o que está sendo feito em conjunto de proteção ambiental?

Como morei na Campanha durante um bom tempo, pude perceber que existe um movimento que está trabalhando em prol do bioma do Pampa que envolve instituições de diferentes países. Na fronteira, ações que discutem a preservação, entram na escola através dos temas transversais e Emergentes. As escolas se abrem para discutir o papel que o Bioma e os indivíduos possuem na preservação desses espaços, mas ainda assim, é sutil o alcance desses trabalhos.

Qual a contribuição da universidade no tocante à conscientização ecológica?

A universidade possui um papel importante no que se refere à divulgação das práticas ecológicas. A Uergs possui ação em diferentes Coredes do RS no que se refere à conscientizção.

Como equilibrar o agronegócio e o cuidado com a natureza?

É possível e a universidade comprova isso através de diversas pesquisas científicas em que o meio ambiente recebe o papel de protagonista nesse contexto.

A agroecologia ainda tem espaço?

Sim, tem espaço e tende a ocupar ainda mais. A população tem buscado na agroecologia uma alimentação livre de transgênicos e produtos químicos e cada vez mais é um mercado em expansão.

Quais ações deveriam ser desenvolvidas para uma maior conscientização ecológica?

É necessário que as igrejas se unam em favor da grande mãe natureza, juntamente com as mídias e o poder público. É um trabalho que precisa alcançar os diferentes espaços e comunidades e precisa ser em conjunto.

É possível envolver o poder público, igrejas e sociedade no cuidado da Casa Comum?

Tanto é possível como é necessário! É uma luta que não deve envolver apenas crença ou política.

 

Entrevista concedida ao jornalista Judinei Vanzeto – Assessoria de Imprensa do Regional Sul 3 da CNBB

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