Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal é verdadeiramente tempo santo porque nos faz reviver o acontecimento central da nossa salvação e nos conduz ao acontecimento essencial da fé cristã: a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. São três dias que podemos considerar como se fossem um só dia, pois todos os acontecimentos estão interligados e são o centro de todo ano litúrgico e da vida da Igreja.

Antes de entrar no Tríduo Sagrado na quinta-feira de manhã, mas em profunda ligação com ele, a comunidade diocesana se reúne para celebrar a Missa do Crisma. Esta celebração eucarística também tem a marca da unidade, pois reúne o bispo, o clero e fiéis de toda diocese, durante a qual o bispo e os presbíteros renovam as promessas da Ordenação Sacerdotal. São abençoados os Santos Óleos do Batismo e dos Enfermos e consagrado o Óleo do Crisma que serão utilizados nos sacramentos durante o ano nas comunidades paroquiais. É um momento importante de reafirmar a unidade e a fidelidade a Cristo.

Na quinta-feira santa a Igreja faz memória da Última Ceia. Nela Jesus instituiu o Sacramento da Eucaristia e o Sacramento da Ordem e nos deu o mandamento novo do amor fraterno. Cristo se dá como alimento de salvação no Mistério da Eucaristia que é fonte e ápice da vida cristã. Pede aos apóstolos: “Fazei isto em memória de mim”. Na oportunidade Jesus realiza um gesto muito humilde e expressivo de lavar os pés dos apóstolos. Com esta atitude proclamou de modo concreto a primazia do amor, amor que se faz serviço até a doação da própria vida. O gesto antecipa o que acontecerá no Calvário. Ao concluir Jesus diz: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que fiz” (Jo 13,15). A celebração segue com a vigília de oração e adoração eucarística, revivendo a agonia de Jesus no Getsêmani.

A Sexta-feira Santa é dia para revivermos a paixão, crucifixão e morte de Jesus na cruz. A assembleia se reúne para meditar o grande mistério do mal e do pecado que oprimem a humanidade e matam inocentes. A Palavra de Deus vai revelando como Jesus se comportou e respondeu aos sofrimentos que lhe foram impostos. Mostra que o mal se cura com o perdão, com a não violência e a verdade. Nesta celebração a Igreja reza por todas as necessidades da própria Igreja e do mundo; adora a Cruz e aproxima-se da Eucaristia.

O Sábado Santo se distingue por um profundo silêncio. Enquanto se aguarda o grande acontecimento da Ressurreição, os fiéis meditam sobre a realidade da vida humana, sobre as forças do mal e sobre a grande força e novidade que brota da ressurreição do Senhor. A Vigília Pascal é a grande celebração. A bênção do fogo, no qual vai ser aceso o Círio Pascal, abre a Vigília. O Círio Pascal é símbolo do Cristo ressuscitado que afasta as trevas e caminha a frente iluminando o mundo. O solene anúncio pascal faz ressoar que Cristo ressuscitou e a morte não tem mais poder sobre Ele. Com sua morte derrotou as forças do mal. É tradição, na Vigília Pascal, o batismo de catecúmenos e a renovação do Batismo para ressaltar a participação dos cristãos no mistério da morte e ressurreição de Cristo.

Reviver os mistérios de Cristo significa celebrar uma realidade viva e atual. Vivemos envolvidos em situações de ódio, divisões, injustiças e violências. Em Cristo cremos que estas ações e comportamentos não podem ter a última palavra na história. O amor é mais forte que o todas as forças e formas do mal. A comunhão com Cristo permite ao cristão viver cada dia em páscoa, isto é, fazendo as passagens do ódio para o amor, da violência para a paz…

Cristo ressuscitou, aleluia! Venceu a morte com amor!

Feliz e Santa Páscoa!