O Natal está próximo
Dentro de poucos dias ouviremos a boa nova trazida pelo anjo do Senhor: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: …nasceu para vós um Salvador” (Lucas 2,10).
Os preparativos para esta festa devem ser intensificados nestes próximos dias e consistem basicamente na conversão e em uma maior entrega nossa ao Senhor.
Preparar-se para o Natal é purificar o nosso amor, eliminar os falsos deuses que nos tentam e abrir nossos corações ao verdadeiro Deus que nos trouxe a redenção em Jesus Cristo. A quem estamos conectados nesta vida? Onde está nosso tesouro e, portanto, o nosso coração?
A 1a Leitura (Isaías 7,10-14) nos conta quando o profeta Isaías foi transmitir a Acaz uma mensagem de Deus. Para tirá-lo da dúvida, disse-lhe de que ele poderia pedir um sinal de Deus. Acaz se recusa a reivindicar tal sinal sob o pretexto de não querer testar Deus. Mas, na realidade, o que ele queria de verdade é não ser forçado a sair de sua impiedade. Isaías joga na cara sua covardia, mostrando-lhe sua falta de fé e de confiança em Deus que é onipotente e pode salvá-lo do perigo. Às vezes também nós adotamos essa atitude tão absurda: medo, hesitação diante do chamado de Deus em nossas vidas. Tal atitude é incompreensível para um homem que se reconhece filho de Deus, Ele que é um Pai que nos ama infinitamente.
Os sinais visíveis de sua misericórdia e o milagre de nossa conversão não nos faltarão nunca, sempre que nos arrependermos, ouvirmos a sua Palavra e obedecermos os seus Mandamentos de amor.
Curiosamente, nesta situação de infidelidade de Acaz, é precisamente o momento que Deus escolheu para revelar a Encarnação, o mistério central da nossa fé.
Infelizmente, vivemos em uma época que rejeita a realidade e as consequências da Encarnação do Verbo de Deus. Vivemos em um tempo no qual Jesus não tem lugar, em um mundo cada vez mais secularizado e distante de Deus. Cristo é relegado a um passado distante. E a grande verdade que quando Cristo é rejeitado, a vida perde seu sentido e seu valor; a esperança dá lugar ao desespero, a alegria à depressão. As pessoas não sabem mais amar, nem a Deus, nem a si mesmas, nem aos demais.
É preciso reagir a isso, e não deixar-se enredar pelo espírito deste mundo. É necessário devolver a Deus o seu lugar de centralidade em nossa vida. O Advento é o tempo de espera do Salvador anunciado pelo profeta. É o tempo em que temos a Nossa Senhora como modelo, ela que o espera com amor indizível.
O Evangelho que ouviremos neste Domingo (Mateus 1,18-24) fala da concepção de Jesus no seio virgem de Maria e da aceitação deste mistério por José. Desde a eternidade, Deus escolheu Nossa Senhora para ser a Mãe do seu Filho.
Todo o Advento se refere a Maria. Em seu seio, o Espírito Santo formou a carne do Salvador, fazendo que o Verbo se encarnasse nela, realizando posteriormente a salvação por meio de sua morte e ressurreição. Só Maria conhece o segredo da vida escondida em seu seio. Como muitas mães, ela esperou com alegria o momento de dar à luz o filho concebido pela ação do Espírito Santo. No centro da história está Cristo, como o professaremos no próximo Natal. Mas quando você quer olhar para o sol, a aurora é um feliz prenúncio dos preparativos para a chegada do sol. Assim, para a vinda da Luz que é Cristo Salvador, o olhar da nossa fé se dirige a Maria, aurora da Luz divina. Por isso, Maria Santíssima orienta o olhar da nossa espera às vésperas do nascimento do tão esperado Messias.
O Natal está próximo!
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen