5 de Junho: o pedido de Francisco para cuidarmos da Casa Comum no Dia Mundial do Meio Ambiente
No dia 5 de junho comemoramos o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE. É o dia propício para avaliarmos a nossa relação com o Meio Ambiente, cientes de que “viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é um aspecto secundário da vivência cristã, mas parte essencial duma vida virtuosa” (Francisco).
Desde que assumiu o cuidado da Igreja Católica, José Mário Bergoglio – o Papa Francisco – também chamou a si a responsabilidade de cuidar da “Casa Comum” de todos os viventes. A Revista Integração apresentou um apanhado de algumas das afirmações do “Papa da Casa Comum”.
Casa Comum
“Nunca esqueçamos que o ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos” (Twetter, Dia Mundial do Meio Ambiente – 2017).
“Visto que todas as criaturas estão interligadas, deve ser reconhecido com carinho e admiração o valor de cada uma, e de todos nós, seres criados, precisamos uns dos outros” (Laudato Si, 42).
“A interdependência obriga-nos a pensar um único mundo, num projeto comum, como, por exemplo, programar uma agricultura sustentável e diversificada, desenvolver formas de energia renováveis e pouco poluidoras, fomentar uma maior eficiência energética, promover uma gestão mais adequada dos recursos florestais e marinhos, garantir a todos o acesso à água potável” (LS 164)
“A gravidade da crise ecológica obriga-nos, a todos, a pensar no bem comum e a prosseguir pelo caminho do diálogo que requer paciência, ascese e generosidade, lembrando-nos sempre que a realidade é superior à ideia” (LS 201).
Responsabilidade de todos
“Um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus” (LS, 8).
“O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral” (LS 13).
“A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo, para combater o aquecimento global” ( 23).
“É bem conhecida a impossibilidade de sustentar o nível atual de consumo dos países mais desenvolvidos e dos setores mais ricos da sociedade, onde o hábito de desperdiçar e jogar fora atinge níveis inauditos” (27).
“Se quisermos, de verdade, construir uma ecologia que nos permita reparar tudo o que temos destruído, então nenhum ramo das ciências e nenhuma forma de sabedoria pode ser preterida, nem sequer a sabedoria religiosa com a sua linguagem própria” (63)
“Não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos” (LS 91).
“Quando não se reconhece a importância de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com deficiência, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza” (LS 117)
“A técnica separada da ética dificilmente será capaz de autolimitar o seu poder” (136)
“Toda a intervenção na paisagem urbana ou rural deveria considerar que os diferentes elementos do lugar formam um todo” (LS 151).
“Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo” (LS 160).
Compromisso cristão
“Como cristãos, queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise ecológica que a humanidade está vivendo. Por isto devemos, antes de tudo, buscar no nosso rico patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação” (Ao assumir o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação – 1º de setembro – em 2015).
“Que as obras de misericórdia também incluam o cuidado com o nosso lar comum. O cuidado da casa comum requer a grata contemplação do mundo, que nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus nos quer transmitir por meio de cada coisa” (Dia Mundial de Oração pela Criação, em 2016).
“Nós, crentes, não podemos deixar de rezar a Deus pela evolução positiva nos debates atuais, para que as gerações futuras não sofram as consequências de demoras imprudentes” (LS 169)
“Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial de uma existência virtuosa” (LS 217).
“A espiritualidade cristã propõe um crescimento na sobriedade e uma capacidade de se alegrar com pouco” (LS 222).
“Os sacramentos constituem um modo privilegiado em que a natureza é assumida por Deus e transformada em mediação da vida sobrenatural. (…) Não fugimos do mundo, nem negamos a natureza, quando queremos encontrar-nos com Deus” (LS 235).
Coração vazio tende ao consumismo
O cuidado da casa comum requer aqueles simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo, e se manifesta o amor em todas as ações que procuram construir um mundo melhor” (2016).
“Deus nos deu um jardim abundante, mas nós o transformamos em uma terra devastada e poluída de destroços, desolação e sujeira” (2016).
“Quanto mais vazio está o coração da pessoa, tanto mais necessita de objetos para comprar, possuir e consumir” (LS 204).
“Prestar atenção à beleza e amá-la ajuda-nos a sair do pragmatismo utilitarista. Quando não se aprende a parar, a fim de admirar e apreciar o que é belo, não surpreende que tudo se transforme em objetivo de uso e abuso sem escrúpulos” (LS 215).
“É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena sermos bons e honestos” (LS 229).
Conselhos práticos
“A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como (LS 211):
– Evitar o uso de material plástico e de papel.
– Reduzir o consumo de água.
– Separar os resíduos.
– Cozinhar apenas o que razoavelmente se poderá comer.
– Tratar com cuidado os outros seres vivos.
– Utilizar transporte público ou partilhar um mesmo veículo entre várias pessoas.
– Plantar árvores.
– Apagar as luzes desnecessárias.
– Dar graças a Deus antes e depois das refeições”.
(Reprodução de matéria produzida pela Revista Integração, edição de Junho de 2018 – Diocese de Santa Cruz do Sul).