A cultura do diálogo constrói novos caminhos
A nossa vida pode ser intensamente marcada pelos encontros e desencontros em nosso peregrinar neste mundo, que pode ter a brevidade de alguns anos ou a longevidade de várias décadas; que pode ser intenso pelos muitos afazeres e compromissos que nos envolvem numa participação ativa, solidária e generosa na comunidade de fé e na sociedade; mas que pode também ser efêmero, sombrio e vazio, porque vivido mais voltado para si mesmo, em vez de aberto ao diálogo que gera proximidade, e ajuda a superar as barreiras do isolamento e da indiferença.
A Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema: Fraternidade e Políticas Públicas, nos mostra que o diálogo é o melhor caminho para superarmos as divergências de opiniões e de ideologias, e contribuirmos de forma responsável na elaboração de ações, que dêem respostas eficazes para a superação das mazelas sociais históricas, e promovam o desenvolvimento sustentável do nosso país, para mantermos aberta uma janela de esperança no coração das novas gerações.
A cultura que fomenta o diálogo entre as várias realidades abre as portas e facilita “o encontro entre os cidadãos de diferentes setores da sociedade”. Mas, para isso, precisamos aprender a levantar os olhos, e vermos o mundo para além dos nossos interesses pessoais, para participarmos na elaboração de Políticas Publicas que visem a defesa do bem comum, reconhecendo que o “outro” também tem direito à dignidade de vida.
Que neste tempo de Quaresma, a nossa vida seja marcada positivamente pela acolhida da Palavra de Deus; que nos nossos gestos concretos de caridade para com os nossos irmãos e irmãs transpareçam o amor e a misericórdia do Pai, que tocaram o mais profundo do nosso coração, levando-nos à conversão. Quando queremos nos reconciliar com Deus e com os irmãos, as coisas antigas não têm mais poder sobre nós, como nos lembra São Paulo: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura” (2ªCor 5,17).
+ Dom José Gislon, OFMCap. – Bispo Diocesano de Erexim.