A Oração do Pai Nosso
O evangelista nos conta que certa ocasião Jesus estava orando e um de seus discípulos disse: “Ensina-nos a orar” (Lc 11,1). Jesus disse: “Quando orardes dizei: Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal” (Lc 11,2; Mt 6,7-13). Os irmãos reformados acrescentam: “Pois Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém”.
Que oração belíssima e completa Jesus nos ensinou! É, certamente, a mais excelente para todos os cristãos, pois saiu da boca do próprio Jesus. Reúne em poucas palavras tudo quanto podemos pedir ao Pai celeste e que nos é mais necessário para o corpo e para o espírito.
O próprio Evangelho nos dá uma explicação sobre o final desta oração do Pai Nosso: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai celeste vos perdoará” (Mt 6, 14-15).
O Papa Francisco identifica o Pai Nosso como a oração dos pobres: “Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De fato, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela precariedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que lhe pediram para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é “nosso”, e isto implica partilha, coparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria do acolhimento recíproco”.
Creio que aprofundando a maravilha desta oração, o Pai Nosso será sempre mais nossa oração pessoal e comunitária mais valorizada e orada. Somos convidados a recitá-la com frequência, confiança, com afeto e amor filial.
Dom Hélio Adelar Rubert – Arcebispo de Santa Maria