Alegrai-vos no Senhor!

O tempo do Advento é um tempo de expectativa, de esperança e de preparação para a visita do Senhor Jesus. Também é tempo de alegria, nos ensina o terceiro domingo do Advento. A antífona de entrada da missa, inspirada na carta aos filipenses, canta: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo!” O ensinamento da alegria é desenvolvido nos textos bíblicos da liturgia dominical (Isaías 61,1-2ª.10-11, Luca 1, 46-54, 1 Tessalonicenses 5,16-24 e João 1,6-8.19-28).

A motivação da alegria é porque o “Senhor está próximo”. Mas o que significa “o Senhor está próximo?” Onde se manifesta a sua proximidade? Certamente o sentido de proximidade não está ligado ao espaço e tempo, mas é uma questão de amor. O amor aproxima. Alguns exemplos onde “hoje” nasce o salvador, se faz presente e traz alegria. Em primeiro lugar, quando se vive a alegria do batismo através do qual se fez aliança com o Salvador. João Batista é questionado porque batiza e ele responde que batiza com água, mas que no meio deles está alguém (Jesus) que vai batizar no Espírito Santo.

Outro exemplo que traz alegria pela proximidade do Senhor brota da celebração do Sacramento da Eucaristia. Jesus nasce em Belém, que significa a “casa do pão”. O recém-nascido é colocado na manjedoura, lugar onde se coloca o alimento dos animais. Em cada eucaristia celebrada Jesus Cristo se dá como alimento na sua palavra de salvação e pelo seu corpo. Quando o cristão se alimenta da Eucaristia aproxima-se de Jesus que se dá como alimento.

Outro lugar muito especial de experimentar a alegria nascida da proximidade do Senhor é a comunidade cristã formada pelo batismo. Os ensinamentos de São Paulo aos Tessalonicenses almejam construir uma comunidade perfeita. “Estai sempre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo. Não apagueis o espírito! Não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom. Afastai-vos de toda a espécie de maldade”. As exortações de São Paulo levam a comunidade a uma profunda comunhão com Deus e naturalmente com o próximo.

Testemunhar a proximidade de Deus e sua presença no mundo alegra o coração da testemunha. O exemplo de João Batista, relatado no Evangelho, nos faz compreender o significado de ser testemunha. O modo de viver e a pregação de João Batista atraíam e causavam grande impacto nos ouvintes. A sua fama se espalhava e corria a conversa se ele não era o Messias esperado. João responde, com muita humildade, dizendo que é uma simples voz no deserto convidando para “aplainar o caminho do Senhor!”

O testemunho de João Batista foi necessário para conduzir os ouvintes ao encontro de Messias. Testemunhar é ajudar os outros a descobrir a verdade e conduzi-los para aquele que está perto. A testemunha faz os outros crescerem e levá-los ao encontro Jesus Cristo nos lugares onde sua presença não é reconhecida. Cada cristão que se encontrou com Jesus e também a comunidade devem alegrar na medida em que testemunham a proximidade de Deus na vida das pessoas e na sociedade.

Um outro sinal que aponta a proximidade do Senhor e fazer crescer a alegria é o presépio, definido pelo Papa Francisco como “admirável sinal”. Em 1223 São Francisco de Assis teve a inspiração de anunciar o nascimento de Jesus através do presépio. Portanto, nestes 800 anos, gerações e gerações, usufruem deste sinal apontando para o fato histórico do Natal, a sua repercussão na história e para o tempo presente.

“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo!”

Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo