Campanha da Fraternidade e a consciência ecológica – apresentação à imprensa no Regional Sul 3
“O criador foi pródigo com o Brasil”, afirmou Papa Francisco
Com o tema o “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), o Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sintonia com toda a Igreja do Brasil apresentou a Campanha à imprensa na tarde de quarta-feira (1°), em Porto Alegre, com a presença de dom Jaime Spengler, arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e presidente do Regional Sul 3, padre Cesar Leandro Padilha e Beto Moesch, advogado ambientalista.
Segundo dom Jaime, no período da quaresma a Igreja propõe um tema de implicação social para refletir com todas as forças e lembrou a mensagem do Papa Francisco enviada por esta ocasião: “O criador foi pródigo com o Brasil. Concedeu-lhe uma diversidade de biomas que lhe confere extraordinária beleza. Mas, infelizmente, os sinais da agressão à criação e da degradação da natureza também estão presentes. Entre vocês, a Igreja tem sido uma voz profética no respeito e no cuidado com o meio ambiente e com os pobres”, destacou.
O objetivo geral da Campanha deste ano é o “cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”.
A Campanha da Fraternidade traz à tona a encíclica do papa Francisco Laudato Si, que “foi bastante aceita pela comunidade científica por abordar a questão da ecologia e a ecologia humana e nos chama para uma conversão, para a conscientização da nossa responsabilidade com a vida em todos os sentidos”, explicou dom Jaime.
Já para o ambientalista Beto Moesch, os biomas possuem suas potencialidades e atualmente muitos desafios a serem superados através de um equilíbrio. “Tudo está interligado nos próprios biomas. O equilíbrio no crescimento econômico e social é possível sem destruir a natureza. É possível combinar qualidade de vida com crescimento econômico”, recordou o ambientalista.
“No Rio Grande do Sul existem dois biomas: Mata Atlântica e Pampa. Atualmente, apenas 7% do bioma Mata Atlântica é preservado na sua originalidade e 36% do Pampa. A degradação provocada pela exploração inadequada compromete o clima e o convívio das pessoas”, esclarece Moesch.
O arcebispo metropolitano apontou três modos de mobilização para ações concretas. “A mobilização de todas as comunidades começando pelas bases, pelas escolas e universidade através da conscientização e também por outros grupos da sociedade. O cuidado e a preservação do meio ambiente, dos biomas é uma causa que deve nos unir a todos”, salientou.
Ainda de acordo com o arcebispo, a relação fraterna da vida e a cultura dos povos que vivem em seu espaço natural é um olhar da ecologia humana. “Vamos despertar para essa grande realidade. Sonhar juntos com o cuidado da natureza e sua complexidade. Que os filhos de nossa geração recordem com alegria a herança recebida de vossos pais”, concluiu dom Jaime.
Por Judinei Vanzeto
Assessoria de imprensa – Regional Sul 3 da CNBB