Cardeal Jaime Spengler preside peregrinações de 12 e 13 de maio no Santuário de Fátima, em Portugal

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Jaime Spengler, presidiu as peregrinações realizadas ontem, 12, e hoje, 13, no Santuário de Fátima, em Portugal. Em suas falas, dom Jaime pediu pela paz e convidou a superar o medo.  

Na noite de segunda-feira, a peregrinação teve a participação de cerca de 270 mil pessoas no Recinto da Oração no Santuário dedicado à Virgem de Fátima. Houve meditação do Rosário, na Capelinha das Aparições, seguida da tradicional procissão das velas e a celebração da Palavra, presidida por dom Jaime. 

Dom Jaime lembrou os conflitos armados no mundo, a necessidade de entendimento entre os povos e olhou para Maria como “Mãe Santa da Esperança”. 

“Precisamos do vinho da concórdia, do entendimento entre os povos, o vinho do perdão, da paz, o vinho do entendimento, o vinho da proximidade, o vinho da coragem de olharmos uns nos olhos dos outros e dizer: ‘Tu és meu irmão, tu és minha irmã’”, exortou o arcebispo de Porto Alegre, com referência ao primeiro milagre público de Jesus, nas Bodas de Caná, passagem do Evangelho que foi proclamada. 

Dom Jaime pediu pela intercessão da Mãe de Deus pelo Papa Leão XIV e convidou a assembleia de peregrinos a dizer a uma só voz a invocação a Salve-Rainha: “Esperança nossa, salve!”, para que a missão na sociedade e testemunhar a fé por palavras e atos não seja esquecida. 

Tempo carente de esperança 

Já na manhã de hoje, dia de Nossa Senhora de Fátima, dom Jaime presidiu a Missa Internacional da peregrinação, que teve a participação de 173 grupos de peregrinos oriundos de 35 países dos cinco continentes.  

Dom Jaime refletiu sobre os tempos delicados e tensos que se alimentam do medo.  

“Tempos em que, talvez, alguns só pensam em si. Tempos de autoritarismos, de vários matizes. Tempos de fundamentalismos que não promovem a vida. Tempos em que a casa comum clama por cuidado. Tempo carente de abertura para o outro e abertura para a solidariedade. Tempo carente de esperança”, disse dom Jaime. 

Dom Jaime motivou os peregrinos a rezarem pedindo “um coração bom, capaz de acolher sempre e de novo”, à imagem de Jesus, por intercessão da Virgem Maria. E disse para não temer: 

“Não tenhas medo! Hoje nós vivemos numa sociedade marcada pelo medo: medo de guerras, medo de migrantes, medo de não conseguir levar a termo a vida assumida, medo de cair doente, medo de morrer, medo uns dos outros”, advertiu. 

  

“E Nossa Senhora continua a te dizer, a me dizer, a nos dizer: não tenhas medo, eu sou a tua Mãe”, acrescentou.  

Dom Jaime destacou a figura de Maria como “mulher de fé” e que a devoção a ela é “uma exigência de nossa vida cristã de batizados e batizadas, de filhos e filhas”. 

“Em nossa prática religiosa e na devoção a Maria, nos damos conta que precisamos de um coração de mãe, um coração que saiba perceber a ternura de Deus e ouvir as palpitações do coração de todo ser humano. De todo ser humano, de todo ser humano!”, apelou. 

 O presidente da CNBB elogiou a presença de milhares de pessoas que, “mesmo debaixo de chuva”, estiveram na Cova da Iria como “peregrinos de esperança”, convidando a multidão a cantar o ‘Ave de Fátima’, por vários minutos. 

 

Com informações e imagens de Agência Ecclesia e Santuário de Fátima