Casa de Apoio Madre Ana completa um ano de funcionamento em Porto Alegre
Sem custo algum, pais, mães, filhos, esposas e maridos encontram na Rua Vigário José Inácio um lugar para descansar, comer, dormir, conversar, rezar e esperar. Sim, a Casa de Apoio é um local onde se espera: uma consulta, um diagnóstico, uma cirurgia. Mas o espaço Madre Ana é, sobretudo, um local de esperança.
Prédio da Casa de Apoio Madre Ana foi doado pelas Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã. Foto: Amanda Fetzner Efrom
A equipe de Assistência Social da Santa Casa encaminha para lá pacientes e acompanhantes que não possuem condições de ficar na Capital durante um tratamento e que não contam com suporte familiar em Porto Alegre. São crianças, adultos e idosos com uma média de permanência de cinco dias, mas chegam a ficar semanas e até meses.
Das 30 vagas, cerca de 25 são ocupadas diariamente. A maioria dos hóspedes é de fora do Estado (60%) e está relacionada ao Hospital da Criança Santo Antônio (70%). São 22 quatros, individuais ou para mais de uma pessoa, todos com banheiro. Cada um é responsável pela limpeza do ambiente que ocupa, mas a casa oferece todo material necessário, assim como artigos de higiene.
A casa também disponibiliza cinco refeições diárias, além de uma copa, que pode ser usada livremente por todos. “As mães, principalmente, se falam e combinam de fazer pães e bolos”, conta a gestora administrativa e operacional do espaço, Adriane Barboza.
Ela explica que muitos hóspedes já se conhecem, ou porque têm passagens mais duradouras ou porque retornam à casa enquanto o tratamento. A manutenção é feita exclusivamente por meio de doações, tanto em dinheiro quanto de materiais diversos. O local possui refeitório, espaços internos e externos de convivência para adultos e crianças, capela e setores administrativos, além da Gruta Nossa Senhora de Lourdes.
Adriane Barboza é assistente social e gestora da Casa de Apoio. Foto: Amanda Fetzner Efrom
Assistente social há quase 24 anos na Santa Casa, Adriane observa que o complexo hospitalar, até o ano passado, não tinha um local para dar o amparo necessário principalmente a quem acompanha os pacientes em tratamento. “Hoje eu paro e fico pesando como trabalhei tanto tempo sem ter uma casa de apoio para dar esta retaguarda, que é tão importante”, reflete.
A gestora recorda que muitos que hoje usam a estrutura da Casa Madre Ana dormiam na frente da emergência do SUS, onde se sentiam mais seguros. Há casos de pessoas que tiveram que alugar um imóvel em Porto Alegre enquanto aguardavam ser chamadas para um transplante, por exemplo, e, para isso, tiveram que vender tudo em suas cidades. “Quem passou por essas situações valoriza muito a casa de apoio”, observa Adriane.
A comemoração do aniversário será no dia 17 de maio, às 11h, com missa na capela da Casa de Apoio presidida pelo arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler.
VÍDEO: CONHEÇA UM POUCO DA CASA DE APOIO MADRE ANA
CASA MADRE ANA EM NÚMEROS
1
ano de funcionamento
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Cerca de
600
pessoas hospedadas
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30
vagas
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Média de
25
vagas ocupadas por dia
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60%
dos hóspedes são de outros estados do Brasil, principalmente Tocantins, Acre e Paraíba
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70%
dos hóspedes têm relação com o Hospital da Criança Santo Antônio
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3.700
metros quadrados
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8
funcionários
CASAL MISSIONÁRIO É RESPONSÁVEL PELO ACOLHIMENTO
Rosely e Ernane residem na casa e fazem o acolhimento dos hóspedes. Foto: Amanda Fetzner Efrom
“Aqui a dor e a esperança caminham juntas”, afirma Rosely Freire da Rosa. Ela e o esposo, Ernane José da Rosa, moram na Casa de Apoio desde a abertura e têm a missão de receber todo hóspede que chega. Responsáveis pela acolhida, eles conhecem as pessoas pelo nome e sabem a história de cada um.
O casal se alegra com as vitórias e também sofre com cada paciente e familiar quando as notícias não são boas. “Mas aqui não tem ‘mimimi’”, garante Rose, como é chamada. “Esta é uma casa alegre. O Espírito Santo nos motiva.”
Eles não se preocupam coma rotina administrativa e operacional. “Se fôssemos resumir nosso trabalho em uma palavra seria acolhimento”, destaca Ernane. Rose conta que muitos, quando chegam a Porto Alegre, já esgotaram as possibilidades e as buscas em suas cidades. “Percebemos até uma certa tranquilidade ao verem seus familiares sendo cuidados e encontram um pouco de conforto. Todo desespero já passaram antes de chegar aqui”, relata.
Natural de São José dos Campos (SP), há sete anos o casal passou a integrar a comunidade missionária Providência Santíssima e, antes de se mudar para a capital gaúcha, serviam em São João da Boa Vista no seminário propedêutico da comunidade. “Nunca tivemos muita afinidade com ambiente hospitalar. Nossa vida não tinha nada a ver com isso”, recorda Rose.
O convívio diário com tantas histórias de dor, coragem e esperança transformou o casal ao longo do último ano. “É impossível não deixar se envolver pela dor do outro e, nessa superação, não se tornar alguém melhor”, completa Ernane.
Todas as quintas-feiras e domingos, às 17h, ocorrem missas na capela interna da Casa de Apoio. Diariamente, ao meio-dia, é rezado o terço na gruta Nossa Senhora de Lourdes, que fica junto ao prédio, mas tem entrada independente. As celebrações são abertas a todos os interessados, hóspedes ou não.
COMO APOIAR
– Depósito bancário
Banco Itaú
Agência: 5906
Conta: 17293-6
CNPJ: 92.815.000/0001-68
– Boleto
Contribuição de R$ 60 mês pelo período de um ano.
Solicite envio do boleto pelo e-mail projetos@santacasa.tche.br
– Doação direta
Tesouraria da Santa Casa: Rua Prof. Annes Dias, 295 – Centro Histórico – Porto Alegre/RS – CEP 90020-090
Segunda a quinta-feira das 9h às 11h e das 14h às 16h; sextas-feiras das 9h às 12h e das 14h às 16h
– Doação Online – PagSeguro (clique aqui)
– Informações sobre trabalho voluntário
Entre em contato pelo e-mail casadeapoio@santacasa.tche.br
OUTRAS INFORMAÇÕES
– Facebook da Casa de Apoio Madre Ana
ALGUNS ESPAÇOS DA CASA DE APOIO MADRE ANA