Catequese, a arte de acompanhar
O último domingo do mês vocacional é dedicado aos catequistas. O papa Francisco recentemente com uma Carta Apostólica “Antiquum Ministérium” vem valorizar esse serviço na Igreja, deixando claro que desde os primórdios esteve presente como o carisma específico de ensinar. A arte de ensinar exige um dom particular. Tem pessoas que sabem muito, mas tem dificuldade de ensinar, de ajudar os catecúmenos ao entendimento e experiência dos mistérios da fé.
MINISTÉRIO ANTIGO é o de Catequista na Igreja, afirma o papa. Com isso deseja valorizar esse serviço abrindo a possibilidade de ser um ministério instituído. Aos poucos precisamos ver como vamos fazer isso em nossas comunidades e paróquias. Certamente, implicará numa preparação especifica e num rito próprio para oficializar esse serviço nas comunidades.
O Diretório para a Catequese, emanado há apenas dois anos, pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização já insistia sobre a importância desse ministério: “No conjunto dos ministérios e serviços, com os quais a Igreja cumpre a sua missão evangelizadora, o ‘ministério da catequese’ ocupa um lugar significativo, indispensável para o crescimento da fé. Esse ministério introduz à fé e, juntamente com o ministério litúrgico, gera os filhos de Deus no seio da Igreja. A vocação específica do catequista, portanto, tem sua raiz na vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade” (110).
No número seguinte mostra a responsabilidade da comunidade com relação a catequese: “toda a comunidade cristã é responsável pelo ministério da catequese, mas cada um conforme sua condição particular na Igreja: ministros ordenados, pessoas consagradas, fiéis leigos. O serviço do catequista é vivido dentro de uma comunidade, que é o primeiro sujeito de acompanhamento na fé” (111).
Em seguida fala dos protagonistas da catequese: “O catequista é um cristão que recebe o chamado particular de Deus que, acolhido na fé, o capacita ao serviço de transmissão da fé e à missão de iniciar à vida cristã… O verdadeiro protagonista, porém, de toda autêntica catequese é o Espírito Santo que mediante uma profunda união que o catequista nutre com Jesus Cristo, faz eficazes os esforços humanos na atividade catequética”.
Depois de afirmar que o catequista é testemunha da fé e guardião da memória de Deus; mestre e mistagogo; acrescenta: “o catequista é um especialista na arte do acompanhamento, tem competências educacionais, sabe ouvir e entrar na dinâmica do amadurecimento humano, torna-se companheiro de viagem com paciência e senso de gratuidade, na docilidade à ação do Espírito, em um processo de formação, ajudando os irmãos a amadurecer na vida cristã e a caminhar em direção a Deus (cf 112).
Fica clara a importância do ministério da catequese na comunidade cristã. Os catequistas merecem todo nosso apoio e gratidão. Reconhecemos que é muito pouco destacarmos um dia por ano para homenageá-los e rezar por eles. Precisarmos estimá-los mais, valorizá-los mais e ajudá-los mais para que continuamente se atualizem e, assim, possam exercer sempre melhor esse indispensável serviço de iniciar crianças e jovens à fé em nossas comunidades.
Queridos catequistas não desanimem, coragem, sejam perseverantes e Deus vos recompensará em cêntuplo!
Para refletir:
Que lembranças tenho dos catequistas que me iniciaram à fé cristã? Reconheço sua dedicação e atenção que tiveram comigo? Já agradeci alguma vez? Que apoio dou aos que prestam esse serviço na comunidade, hoje? Se a comunidade me pedisse de assumir esse ministério o que responderia?
Textos bíblicos: Dt 4,1-2.6-8; Tg 1, 17-18.21-22.27; Mc 7,1-8.14-15.21-23; Sl 14(15).
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo Diocesano de Osório