Com Maria, a caminho do triunfo eterno no céu
Celebramos neste final de semana, a Solenidade da Assunção de Nossa senhora ao céu.
Assim como Maria, somos chamados para servir. O Evangelho de hoje (Lucas 1,39-56) nos diz: “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.”
Imediatamente depois da Anunciação, Maria partiu apressadamente para casa e Isabel. O Arcanjo anunciara-lhe que, por fim, Deus concedera a Joaquim e a Izabel um filho. Os dois tinham idade avançada.
Maria, iluminada pela fé, descobriu a estreita relação entre João Batista e o Redentor que trazia no seu seio. João seria o Precursor.
Era preciso felicitar os seus parentes pelo dom que lhes fora concedido, e colocar-se ao seu serviço, durante os últimos meses da gravidez.
Maria vive uma missão de serviço, levando a graça batismal a João Batista. Logo que a saudação de Maria chegou aos ouvidos de Isabel, esta ficou cheia do Espírito Santo, e o menino exultou no seu ventre.
À semelhança de Maria, cada um de nós é chamado a viver voltado para os outros, seja qual for a vocação a que se sinta chamado. Vivemos para servir, e não para sermos servidos.
A isso nos encaminham as situações normais da vida: na família, na sociedade, no trabalho, etc. O egoísmo, o narcisismo são deformações que fazem sofrer os que se abandonam a eles e os que vivem consigo.
Temos de banir da nossa mente a ideia de que há duas classes de pessoas neste mundo: os que devem servir e os que têm o direito de serem servidos. Esta mentalidade entrou também na família onde a mãe, muitas vezes, é a pessoa que está sempre de serviço e o pai e os filhos, à espera de serem servidos.
Há muitas formas de servir os outros, tendo como nota fundamental que nos tornamos disponíveis: acolher uma pessoa que precisa falar conosco, sorrir, prestar um esclarecimento, antecipar-se a fazer alguma coisa que outra pessoa contava fazer, etc.
Nossa Senhora vai felicitar a seus parentes e, com este pormenor humano, leva a alegria àquela casa.
Depois, com a maior naturalidade do mundo, entrega-se às tarefas domésticas, como se fosse a mais humilde empregada.
Aprendamos com Ela a servir os outros, aproximando-os, com esta caridade delicada de Deus.
Uma vida vale também pelo bem que podemos oferecer aos nossos irmãos, à nossa Comunidade, ao mundo todo. O bem e o espírito de serviço são sempre difusivos: arrastam. Geram novas atitudes de bondade. Aprendamos de Maria a sermos bons com os irmãos.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo da Diocese de Frederico Westphalen