Convidados para o banquete
Tanto na 1ª Leitura deste Domingo (Isaías 25,6-10) assim como no Evangelho (Mateus 22,1-14) Deus convida-nos para o Banquete da Salvação, porque deseja encher a sua Mesa de filhos muito felizes. Ele é magnânimo em tudo o que faz. Expressa o convite para o Banquete da Salvação na grande festa que fez o rei para as núpcias do seu filho, como nos diz o Evangelho. Concretiza esta oferta de participação na festa no convite para a Missa Dominical, ao qual é Ele quem preside e nos dá, não comidas vulgares, mas a sua Carne e seu Sangue na Eucaristia. Ninguém está dispensado de participar neste banquete. Somos convidados a acolher o convite com agradecimento e participar nele devidamente preparados, sabendo perfeitamente o que vamos fazer.
Deus convida-nos a todos para cada Domingo e aguarda com ansiedade — falando em linguagem humana — o nosso aparecimento diante da porta da Igreja, tal como exultamos quando convidamos um amigo para almoçar conosco e o vemos aparecer. O Senhor deseja a nossa participação, porque sabe que ela é indispensável para a nossa felicidade temporal e eterna. Tantas vezes, queridos irmãos, desculpamo-nos da nossa ausência, enganando-nos a nós próprios. Muitas vezes, inventamos desculpas para deixar de participar da Santa Missa.
Dizendo, por exemplo, que nos falta tempo. É verdade que a vida é cheia de ocupações; mas temos de fazer uma lista de prioridades, dando o primeiro lugar ao mais importante ao mais necessário.
Outras vezes, a razão é a falta de disposição. “A Missa não me diz nada.” As pessoas refugiam-se com frequência num argumento de sensibilidade. Mas este argumento não funciona para as outras coisas. Se uma mãe estivesse à espera de disposição para cuidar de sua casa ou socorrer um filho, não sei o que aconteceria.
Outras vezes, o que talvez nos incomode seja o sacerdote. “Não gosto de ouvir a pessoa que celebra”. Mas a quem vamos encontrar, na santa Missa? Com Jesus Cristo, ou com um homem?
O Senhor deseja que não só compareçamos pontualmente e com alegria a este banquete, mas que animemos outros a participar. Manda-nos, como aos serventes do palácio: “Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes”. Passamos por este tempo difícil da pandemia sem poder participar livremente da Santa Missa. Mas agora, chegou o momento de voltar.
O Evangelho nos fala de um traje de festa. “E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?”
Ainda hoje há roupa apropriada para as diversas cerimônias, e a do casamento, nas diversas culturas é das mais exigentes, a começar nos noivos e a continuar nos convidados. O Senhor fala da necessidade de um traje próprio para este banquete, para nos ensinar verdades eternas. O que significa para nós, na prática, tomar parte no banquete — comungar — em traje festivo?
Fundamentalmente, isto quer dizer que devemos comungar na graça santificante. Estar na graça de Deus, readquirida, se necessário, pelo Sacramento da Reconciliação. Há uma lamentável crise de fé que leva as pessoas a receber a Sagrada Comunhão como qualquer alimento.
Cuidemos sempre de estarmos bem preparados para receber a Sagrada Comunhão.
Dom Antônio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen