Cristo, o Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas
Jesus Cristo, Nosso Senhor, com sua Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição trouxe para a humanidade a salvação definitiva.
Em Jesus nós encontramos a bondade, a misericórdia, o autêntico amor de Deus para com todos nós. Jesus é aquele que nos traz a plenitude da vida, a possibilidade real de superarmos a baixeza de uma humanidade envolvida pelo pecado e pela morte, que não tem sentido e nem gosto por viver.
Como cristãos, sabemos que só há salvação em Cristo. Nada mais e nem ninguém mais podem oferecer-nos o que Jesus nos oferece. Nem a ciência, nem a tecnologia, nem a economia ou a arte podem dar o que Jesus nos dá: não só uma orientação de vida que desemboque em uma realidade de plena felicidade, mas especialmente as condições de atingirmos esta meta de realização plena nesta vida e na vida eterna, no céu.
Na 1a Leitura deste Domingo (Atos 4,8-12) vemos o apóstolo São Pedro discursando diante dos líderes judeus, após ter curado um paralítico, cura esta realizada “em nome de Jesus”. Pedro, com coragem e destemor fala de Jesus que está vivo, ressuscitado. Não é alguém que está morto, sepultado, que tenha deixado umas boas ideias para seus seguidores. Mas está vivo, e em seu nome começam a realizar-se grandes milagres, como este acontecido no Templo, o da cura definitiva e eficaz daquele pobre homem.
Neste discurso, Cristo é apresentado como pedra, rejeitada e desprezada, que se transformou em pedra fundamental desta construção do Templo espiritual, da Jerusalém celeste.
O Apóstolo São João, na 2a Leitura (1 João, 3,1-2) nos fala da realidade da vida cristã autêntica. Penso que este seja nosso desejo: não somente sermos cristãos, mas sermos autênticos cristãos. A vida cristã verdadeira é aquela vivida na comunhão com o Pai e o Filho.
O fundamento desta verdade é a filiação divina. “Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos!”. A filiação divina, gratuita e oferecida por Deus a nós, é a base de uma vida cristã de qualidade: sermos e vivermos, como filhos de Deus, como de fato o somos por graça e bondade de Deus. Não merecemos esta filiação, mas Jesus a obteve para nós. Nossa gratidão consiste em assumir no dia a dia, nas realidades mais simples de nossa vida, esta realidade: Somos filhos de Deus!
O Evangelho deste Domingo nos fala de Jesus, o Bom Pastor. Por que afirmamos que Ele é bom?
A bondade de Jesus é derivada do fato de que, por sua entrega generosa na cruz, Jesus reuniu todos os filhos de Deus dispersos pelo pecado.
Seu amor por nós não é uma teoria, um sentimento, mas uma realidade provada: Ele deu sua vida por nós, suas ovelhas. Ele não só nos conhece e nos reúne, mas Ele nos ama e ofereceu-se na cruz por cada um de nós.
A cada Domingo, celebrando a Sagrada Eucaristia, somos reunidos por Cristo, provenientes da dispersão do mundo, das realidades nas quais estamos inseridos, algumas delas desgastantes e sofridas. Na Eucaristia dominical, Ele nos faz um só rebanho, uma só família, nos acolhe, cuida de nós, nos alimenta com Sua Palavra e com Seu Corpo e Seu Sangue.
A cada Domingo, aprendemos de Jesus de forma prática que também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos, que este é o caminho para obter a verdadeira alegria e dar à própria vida um sentido pelo qual vale a pena viver.
Vivamos com grande alegria cada Domingo, participando da Santa Missa e acolhendo o que através dela Jesus nos oferece.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen