Definidas linhas da evangelização da juventude para o triênio

Ecologia Integral e Políticas Públicas serão os temas transversais para a evangelização da juventude do Rio Grande do Sul no próximo triênio

O Serviço de Evangelização da Juventude reuniu neste final de semana lideranças juvenis e assessores para avaliar o caminho percorrido nos dois anos do Plano Bienal que teve como tema transversal o Cuidado com a Vida e planejar o próximo triênio, que terá como temas transversais a Ecologia Integral e Políticas Públicas, em consonância com o que foi definido no Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil, que ocorreu em Brasília, em setembro. O encontro também foi marcado pela troca de coordenação do Serviço. O Padre Rudinei Zorzo, da Diocese de Caxias do Sul, está assumindo a missão que por sete anos foi desempenhada pela Irmã Zenilde Fontes.

JuventudAs atividades iniciaram no sábado (25), com a Leitura Orante da passagem sobre o encontro de Maria com sua prima Isabel após o anúncio do nascimento de Jesus. A perspectiva de Isabel como assessora de Maria, que por sua vez se coloca a serviço, perpassou todo o encontro. Uma dinâmica inicial provocou a reflexão sobre o caminho percorrido pelas dioceses, a percepção de cada um como parte do processo e o envolvimento com a definição e realização dos próximos passos. A intenção, neste primeiro momento do dia, foi fazer com que as lideranças reconhecessem no projeto de vida de Maria como jovem a necessidade da assessoria de Isabel e a importância de “subir à montanha” (sair da realidade) para em seguida voltar com um olhar prospectivo e um coração agradecido, tanto nas dificuldades quanto nos momentos de alegria.

As atividades da manhã encerraram com uma memória do Serviço de Evangelização da Juventude, dividida em cinco ciclos. O primeiro deles (2007 a 2009) foi marcado pela percepção da realidade juvenil do Rio Grande do Sul e pela aprovação do Documento 85 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que trata da evangelização da juventude. No segundo ciclo (2010 e 2011), ocorreu a contratação da Irmã Zenilde Fontes e a construção do Serviço, baseada em um trabalho de escuta das juventudes das Dioceses gaúchas. Em janeiro de 2011, foi criada a marca Eai?Tchê.

No terceiro ciclo ocorreu a passagem da Cruz e do ícone da Jornada Mundial da Juventude pelas Dioceses, precedendo a realização do primeiro Bote Fé, realizado em Santa Maria no mês de novembro de 2012. Houve ainda a preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que ocorreria no Rio de Janeiro, em 2013. Essa etapa foi encerrada com um Seminário Regional que definiu os rumos do próximo biênio e, com base no convite do Papa Francisco “Ide, sem Medo para Servir”, foi criado o projeto #EmMissão, cujas ações foram realizadas no quarto ciclo do Serviço, nos anos de 2014 e 2015, e que foi celebrado no Bote Fé, em Porto Alegre. Nesse período ocorreram as primeiras experiências missionárias e tiveram início as escolas de assessores, formações de comunicadores e articuladores dos setores diocesanos de juventude, formações de multiplicadores da proposta e cursos de liderança em nível regional.

No biênio 2016-2017 o Cuidado com a Vida foi o tema transversal e integrador e perpassou os processos de estruturas de acompanhamento (assessoria, comunicação e articulação), formação e missionariedade. Nesse período ocorreram escolas de assessores nas províncias eclesiásticas e foram realizados mapeamentos dos grupos diocesanos, além de experiências missionárias. As partilhas sobre essas e outras iniciativas realizadas pelos setores diocesanos de juventude ocorreram durante o primeiro Seminário de Práticas de Evangelização da Juventude, em Santa Maria, no mês de agosto de 2017.

“É um encontro de travessia, onde fizemos a experiência de recuperar todo o histórico, a memória do ‘ontem’ e ao mesmo tempo, a partir do que veio das dioceses, voltar nosso olhar para o futuro. A partir daquelas que já eram nossas linhas de ação (estrutura de acompanhamento, formação e missionariedade) agora alargamos um pouco mais nosso olhar para as Políticas Públicas e Ecologia Integral, as duas linhas que passam a compor o Plano Trienal. Então ao mesmo tempo é um caminho de continuidade e de permanência, um momento de expansão muito significativo para os próximos anos da evangelização da juventude no nosso estado”, destacou a Ir. Zenilde Fontes.

“Nós percebemos que em muitas dioceses houve um crescimento da consciência de comunhão nos grupos de jovens, de que é preciso se formar na caminhada conjunta como evangelização da juventude em cada uma das dioceses. Ainda temos passos importantes para serem dados com relação à comunhão diocesana, sobretudo na continuidade dos serviços e no processo de evangelização, agora iluminado com esta perspectiva da iniciação à vida cristã, a nível nacional”, avalia o bispo referencial para a Evangelização da Juventude, Dom Adelar Baruffi.

6º Ciclo – momento de Expansão

Após uma sensibilização e reflexão sobre Ecologia Integral e Políticas Públicas, o grupo passou a pensar as ações para o próximo triênio. Para aprofundar o tema, a intenção é convidar especialistas para participar da elaboração dos textos dos subsídios que deverão chegar em todas as dioceses a fim de embasar as reflexões nos grupos de jovens.

O Pe. Rudinei Zorzo explica que o encontro apresentou indicativos do que será feito nos próximo anos. “Fizemos uma escuta para saber o que foi posto em prática enquanto estivemos ‘Em Missão pela Vida’ e juntamos com a linha de ação proposta em nível nacional. Além disso se fez uma escuta nas dioceses sobre o que estão propondo para o trabalho do triênio. Ainda não temos um plano fechado mas temos muitos indicativos para o trabalho”, disse.

As escolas de assessores, encontros de multiplicadores e reuniões de lideranças nas províncias eclesiásticas continuarão fazendo parte do calendário do triênio e, além dessas atividades, o grupo decidiu pela realização de formações específicas para articuladores e comunicadores diocesanos. O Bote Fé, encontro de celebração e de encontro da juventude católica do Rio Grande do Sul, ocorrerá em Novo Hamburgo, em novembro de 2018.

Dom Adelar salientou a importância da opção pelo trabalho que alinha as sugestões das dioceses com as linhas definidas a nível nacional, no encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil que ocorreu em Brasília, em setembro, e que contou com a participação de lideranças do Rio Grande do Sul. “A inspiração no magistério da igreja, no Papa Francisco, nos documentos da CNBB, na Campanha da Fraternidade, em tudo aquilo que é essencial e que deve ser contemplado na evangelização da juventude está nas linhas de ação”, ressaltou.

Entrega de símbolos na passagem da coordenação

Ao longo do encontro, a Ir. Zenilde entregou ao Pe. Rudinei os símbolos que representam a história e o sentido do Serviço de Evangelização da Juventude. O primeiro deles é um fone de ouvido que lembra todo o processo de escuta ocorrido nas visitas às dioceses. Uma planta em crescimento representou o estágio em que o serviço se encontra hoje, um espaço com identidade definida e com potencial para crescer e se expandir, recebendo o cuidado adequado. Em seguida, foi entregue ao novo coordenador um avental, que significa o serviço à Igreja e à juventude. Um bastão simbolizou a entrega de tudo o que compõe o serviço, “as pessoas, os processos e, sobretudo o plano estratégico com a proposta de organização do serviço”, explica Ir. Zenilde, que também entregou às dioceses um livreto com o Plano Estratégico do Serviço.

“Este é um momento muito bonito, porque a gente descobriu esse caminho de evangelização da juventude no nosso estado em conjunto com as dioceses. Foi um trabalho realizado através das evidências, experiências e aprendizagens. A cada passo que a gente ia dando junto, íamos sistematizando e verificando se era por aí, se isso respondia e se fazia sentido para as novas gerações”, avalia a Ir. Zenilde Fontes.

“Hoje o Serviço de Evangelização da Juventude tem uma identidade, a definição de que esse serviço existe para animar e fazer a evangelização da juventude no nosso estado, para prestar um serviço de formação às assessorias e lideranças e sobretudo estar a serviço daquelas necessidades das diocese”, complementou.

Sobre a passagem da coordenação, a Ir. Zenilde ressalta que esse é um momento em que se fecha um ciclo de alegria, de celebração. “Quando recebi a missão era para formar um serviço de missão, de evangelização, na perspectiva do Documento 85. Então está formado, está entregue e é bacana ver que todas estas lideranças estão envolvidas”, finalizou.

Por Daiane de Carvalho Madruga

Foto: Cezar Moizes Gonçalves

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