Dia das Mães
Caros diocesanos, hoje queremos saudar com carinho especial nossas queridas mães pela passagem do seu dia. É a data de recordar fatos, gestos, testemunhos de amor em que emerge o verdadeiro sentido de ser mãe. Por isso, a celebração do Dia das Mães evoca em nós, normalmente, sentimentos filiais da maior grandeza, sobretudo, de reconhecimento e gratidão.
Ninguém de nós duvida que as mães sejam dignas das mais belas homenagens. Mas, infelizmente, a sociedade de consumo fez desta data um dia de presentes, como se fosse essa a principal forma de proporcionar felicidade àquela que nos gerou. É pena que este modo de pensar se tenha transformado na maior preocupação de muitos filhos/as e até de muitas mães. O simbolismo dos presentes pode significar muito, mas eles também podem ser vazios, se falta o essencial: o amor de mãe e o amor de filho/filha.
Com a desestruturação familiar, tão acentuada em nosso tempo, fica sempre mais difícil identificar a verdadeira vocação ou missão de ser mãe e de ser pai, sobretudo dentro dos laços do matrimônio estável. A Igreja define a família como patrimônio da humanidade, um dos tesouros mais preciosos de nossos povos. É considerada a primeira escola de fé e de amor, Igreja doméstica (cf. DAp 114-115). Nesse contexto familiar desponta a verdadeira figura de mãe; aquela que, junto com o pai, recebeu de Deus a missão de dar visibilidade concreta do amor-doação aos filhos/filhas. Eis o sentido mais profundo da vocação de ser mãe: ensinar a experiência do amor na vida de todos os dias. O verdadeiro amor se identifica com o próprio Deus. O apóstolo São João nos diz que “Deus é o amor” (1Jo 4, 8). Então podemos dizer que as verdadeiras mães têm muito ‘de divino’. São ‘divinas’ à medida que amam e ensinam a amar.
Um autor anônimo ajuda-nos a definir assim o SER MÃE:
“Mãe é ser início de cada novo ser. É sentir sua vida crescer na vida do filho.
É ser livro aberto, onde o filho passa a aprender as lições da vida.
É escutar sem se cansar e falar com o coração na língua.
É ser mulher que sabe gerar dentro de si a alegria, bem querer, doação, vida…
É ter um coração do tamanho dela mesma.
É amar sempre com a mesma intensidade, sem ter direito a férias, porém numa contínua novidade.
É perdão que sabe esquecer e superar ingratidões.
É sonhar com os filhos para atender a seus anseios. É deixar o filho andar com os próprios pés.
É ser caminho, onde a vida do filho é purificada para que adquira seu brilho autêntico.
É ser sal que tempera a vida e não a deixa deteriorar.
É ser pão que alimenta e água que sacia a sede dos filhos, com os quais caminha na descoberta de si mesma.
É ser Moisés que conduz seus filhos pelo deserto da vida.
É criar dentro de cada filho ‘um novo céu’ e ‘uma nova terra’.
É estar à disposição de Deus para melhorar o mundo”.
Nossas palavras sempre são pobres para agradecer no Dia das Mães. Pedimos a Deus que as abençoe e possam cumprir com fidelidade sua nobre missão. Sejam elas ‘parceiras’ de Deus no gerar e cuidar a vida e no transmitir a experiência da fé e do amor, que o mundo tanto precisa.
Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul