Esta obra de espiritualidade de São Gaspar Bertoni, fundador da ordem dos estigmatinos, embora destinada aos religiosos da congregação que ele fundou, pode ser lida com proveito por qualquer pessoa, de vida religiosa ou não, de qualquer congregação, pois trata da preguiça, um dos pecados capitais. Diz o autor que esse pecado é causa de vários outros, numa imperceptível cadeia de quedas progressivas que levam ao desânimo, às falsas justificativas, a perigosas relativizações das exigências de uma espiritualidade séria, que pede moderação em tudo, constante prática da caridade e da oração, alimentação contínua da fé.
Autor: São Gaspar Bertoni |
Os sete pecados parecem ter inspirado a brincadeira popular de que “tudo o que é gostoso”, ou faz mal ou é pecado. Mas não se trata só disso. Daí, o que nos importa destacar neste livro é a relação entre cada um dos sete pecados e o que Lacan nomeou de gozo – evidentemente, com base no canônico Além do princípio do prazer, de Freud. O gozo é aquilo que se obtém ao atravessar a barra que limita nossa liberdade, em face da dignidade do outro, dos outros. O autor deixa para incluir essa consideração no último capítulo. Embora “gozo” seja o termo popularmente usado para designar o orgasmo, em Lacan o gozo é aquilo que ultrapassa tanto os prazeres permitidos quanto aqueles os que algumas religiões e diferentes códigos culturais proíbem. Gozo é o que atravessa a barra da castração simbólica que limita nossos excessos. Claro que a menção à teoria lacaniana para abordar o cânone bíblico é extemporânea, mas ajuda a revelar o que sempre esteve ali – ou “aqui”. As perversões flertam com o gozo – e, às vezes, chegam lá. O perverso se coloca em posição de exceção diante da barra que nos limita diante da dignidade e da liberdade do outro. A violência e os ódios, motivadores de outros pecados, também. Faço menção às liberdades extra-acadêmicas a que William Castilho recorre como a de tomar depoimentos de amigos, correndo o risco de ser acusado de falta de rigor. Ora, estamos aqui no campo da moral, das práticas de linguagem e, também, da ideologia. É preciso arriscar. A forma de rigor mais absoluta que conhecemos, como todos sabem, é o rigor mortis. O texto que aqui se apresenta é muito vivo.
Autor: William Cesar Castilho Pereira |
Nessa perspectiva, o Pe. Paulo Nodari e o Dr. Luiz Síveres, organizaram o Dicionário de cultura de paz, Volumes 1 e 2, com mais de duas centenas de colaboradores e colaboradoras de diversas áreas do saber e de diversas Instituições de Ensino Superior.Em tempos tão difíceis como o atual, sem sombras de dúvida, pensar projetos e caminhos de paz e de encontro torna-se uma urgência imprescritível e imprescindível.
A paz não é um estado já dado, naturalizado e estabelecido, mas um processo a ser instaurado e construído por nós. Desse projeto não somos clientes ou beneficiários, mas sujeitos e colaboradores. A postura propositiva de construção de uma cultura e paz e de encontro, por meio do diálogo e do respeito, precisa perpassar e penetrar a atitude de todas as pessoas e de todas as organizações e instituições, sejam elas quais forem, militares, sociais, econômicas, políticas, religiosas, educacionais.
Autores: Luiz Síveres e Paulo César Nodari |