Dioceses do Regional Sul 3 buscam alternativas para celebrar com fieis

No Rio Grande do Sul, todas as arqui/dioceses suspenderam a celebração de Missas com a presença físicas dos fieis em virtude da pandemia do coronavírus.

Os tempos difíceis, de quarentena e isolamento social também chegaram às nossas comunidades. Hoje, no Rio Grande do Sul, todas as arquidioceses (4) e dioceses (14) não estão realizando a celebração de missas com o povo e também cancelaram temporariamente a catequese, reuniões, encontros, formações e qualquer outra ocasião que envolvesse a presença física dos seus participantes.

Em virtude desta realidade, o desafio é encontrar alternativas para continuar unindo a comunidade e alimentando a fé. São as novas mídias e também aquelas mais tradicionais que vêm ajudando as comunidades católicas a enfrentarem o Covid-19 com momentos orantes, reflexão da Palavra e Missas, que chegam às pessoas via rádio, televisão e internet.

Na Diocese de Osório, no litoral gaúcho, as celebrações em 23 paróquias estão suspensas desde o dia 20 de março. Entretanto, pelo menos metade delas transmitem missas diárias ou dominicais via rádio ou Facebook. Em Montenegro são 30 paróquias, e pelo menos 13 já estão realizando as transmissões das missas, nos mesmos meios.

A Diocese de Frederico Westphalen abrange 56 municípios do norte do Estado e todas as paróquias têm rezado nesta modalidade com seus fieis. Dom Antonio Carlos Rossi Keller também adotou a prática. Ele celebra a missa diariamente, às 18h, pelo Facebook da FWTV. Em Rio Grande, não é diferente. O bispo diocesano, Dom Ricardo Hoepers, preside a Missa todos os dias, transmitida ao vivo às 6:30, além de gravar os programas Hora da Vida e Hora da Família semanalmente.

O desafio de novos espaços

Na Diocese de Cruz Alta, os agentes da Pastoral da Comunicação têm se empenhado em continuar unindo as comunidades católicas. Com a ausência do povo, muitos sacerdotes tiveram que vencer as barreiras e entrar no mundo novo das redes sociais. Foi assim com o padre Dino Ciotta, 78 anos, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Ibirapuitã. Embora já bastante adaptado ao uso das redes sociais e outras tecnologias, ele explica que é um desafio celebrar a missa online. “É algo inédito nestes meus mais de 50 anos de padre, pois estava acostumado a sempre ver a igreja cheia. Por outro lado, foi bastante significativo. Tivemos mais de 300 pessoas nos acompanhando pelo Facebook. Aproveitei e pedi para as pessoas se unirem em oração para que tudo, logo, fique bem e temos esperança que sim”, destaca o sacerdote.

“Tu não podes vir à missa, mas a missa vai até ti e tua família”, reforça Dom Adelar Baruffi, Bispo da Diocese de Cruz Alta. Ele lembra de que a celebração da eucaristia sem povo, que é prevista no Missal Romano, é atípica. Contudo, especialmente neste contexto em que vivemos é necessária, e o uso da tecnologia para que ela possa chegar até as pessoas é muito importante, visto que a dor faz as pessoas se voltarem mais para Deus. Segundo ele, os fieis, neste momento de emergência, sentam-se próximas ao “pequeno santuário familiar” e, daí, rezam e fazem comunhão com toda a Igreja, acompanhando a transmissão pela rádio ou outras mídias.

Transmissões ao vivo

A Pastoral da Comunicação Nacional montou um guia (clique aqui) no qual é possível encontrar os passos para se fazer uma transmissão ao vivo ou publicar um vídeo em várias páginas no Facebook ao mesmo tempo sem a necessidade de compartilhamento, a chamada ‘Publicação Cruzada’, uma maneira simples de usar um mesmo vídeo, ao vivo ou não, em várias páginas.

Colaboração: Greice Pozzatto