Diretor das Pontifícias Obras Missionárias do Brasil: a missão está na ordem do ser

O diretor das Pontifícias Obras Missionárias – POM do Brasil, padre Maurício da Silva Jardim, participou da Assembleia Geral anual que terminou no ultimo sábado (1º/06), na Fraterna Domus de Sacrofano, próximo a Roma. Padre Maurício enviou as suas conclusões sobre o evento e destacou três pontos:

1. A importância do encontro em si mesmo. Encontrar para partilhar, celebrar, escutar, refletir, discernir e fazer escolhas. Para chegar a esta Assembleia Geral das POM, saímos de nossa atuação local, de nossas direções nacionais para ter uma visão mais ampla de tudo o que se faz nos 120 países do mundo onde tem presença e atuação das POM. É sempre uma experiência de pentecostes que reúne diferentes realidades, línguas e culturas. Nas partilhas, ouvimos o que se passa no Irã – a crise política e econômica e o problema das migrações em massa. Um lugar onde o cristianismo existe a dois mil anos. Ouvimos a situação do Siri Lanka que no domingo de Páscoa sofreu o ataque terrorista com vinte bombas em vinte lugares diferentes, tendo mais de 300 mortos. Também as perseguições aos cristãos de Burkina Fasso.

2. O que levo desta assembleia? Quais pistas de ação que colho para nossa ação missionária? A partir das duas conferências e dos trabalhos em grupo, uma primeira iluminação foi a compreensão da missão que não se reduz a uma parte da vida ou algumas horas do dia ou as atividades que realizamos. A missão está na ordem do ser. Toda vida é missão. Segundo, achei interessante a conferencia que aprofundou o conceito de missão ad gentes. O ponto de encontro entre a pastoral ordinária e a missio ad gentes é a fé. A crise da missão é em primeiro lugar uma crise de fé. A missio ad gentes é por isso, uma fé madura. Para haver missão ad gentes, precisa ter envio, saída, deslocamento, proximidade e destinatários que não conhecem Jesus Cristo. É uma saída que rompe todas as fronteiras. É um movimento com objetivo de ir até os confins do mundo para comunicar a boa notícia de Jesus Cristo. A saída ad gentes torna-se um modelo (paradigma para toda vida pastoral. Em nossos países devemos ser estes motores da missão ad gentes. É nossa missão central, despertar a consciência da missão universal e de sermos uma rede universal que colabora com o Papa.

3. O que nos espera?

a) outubro 2019, Mês Missionário Extraordinário (MME). Dom Giampietro Dal Toso, nos fez um pedido de não reduzir o MME a um evento, sugere que cada Igreja particular mantenha pelo menos uma iniciativa para manter vivo o impulso missionário.

b) Feliz coincidência do Sínodo para Amazônia em outubro de 2019. Ocasião providencial para discernir novos caminhos para evangelização e para uma ecologia integral. Será um sínodo em chave missionária.

c) Fala-se também da necessidade de reforma das Pontifícias Obras Missionárias. Tem uma comissão formada para esta finalidade. As obras não são caritas internacionais, temos um carisma para promover que é um dom dado por Deus. Manter vivo o carisma é importante.

d) Aguardamos o anúncio da beatificação de Paulina Jericó, fundadora da Pontifícia obra da Propagação da fé.

e) o tema que definimos para motivar o mês missionário de 2020 é A vida é missão, para dar continuidade às reflexões iniciadas nesta assembleia.

Para concluir, destaco três atividades no Brasil conectadas com o MME:

1. A Jornada da Infância e Adolescência Missionária (IAM): Batizados e enviados. A IAM em missão no mundo

2. O 3º Congresso Missionário Nacional de seminaristas de 10 a14 julho deste ano com o tema do MME.

3. O Congresso Missionário Nacional da Juventude Missionária do Brasil em janeiro de 2020

(texto e foto: POM)