“Domingo da Alegria”

Celebramos o 3º Domingo do Advento, chamado o “Domingo da Alegria”, pois o Senhor está perto. O Salvador está próximo de nós: seu nome é Emanuel: Deus está conosco. Somos convidados a acolher com alegria o Senhor, pois Ele vem para nos salvar. Diz o Papa Francisco: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Aqueles que se deixam salvar por Ele são libertos do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, a alegria renasce sem cessar”.

Caros irmãos e irmãs. O profeta Isaías (35,1-6a.10) convida o povo de Israel a alegrar-se, dizendo: “Alegre-se a terra que era deserta; germine e exulte de alegria e louvores. O motivo desta alegria é porque Deus vem para vos salvar. Por isso: Criai ânimo, não tenhais medo! Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Com a vinda do Senhor, se abrirão os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos. A língua dos mudos se desatará e o coxo saltará de alegria. Cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto”. Estas palavras são de encorajamento ao povo de Israel, mas também a nós, no contexto em que vivemos.

São Tiago, na Segunda Leitura, reforça o espírito do tempo do advento, dizendo: “Ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5,8). Preparar o coração para a chegada do Senhor renovando os relacionamentos de amizade e vida fraterna com os irmãos e irmãs, pois esta deve ser a nossa meta.

No Evangelho (Mt 11,2-11), São Mateus inicia dizendo que João Batista encontrava-se preso, por ordem de Herodes Antipas (Mt 14,3). Sua execução não demoraria muito (Mt 14,8-12). Da prisão, ao ouvir falar das obras de “Cristo”, enviou a ele “alguns dos seus discípulos” para perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?” (v.3). No tempo de Jesus cada grupo político-religioso esperava o Messias, com expectativas próprias. Foi diante deste contexto complexo e confuso que os discípulos de João Batista foram a Jesus para obterem uma certeza de sua identidade. As dúvidas deles expressam as dúvidas de muita gente da época e de hoje, em nosso meio também.

Prezados irmãos e irmãs. Jesus não respondeu diretamente à pergunta deles. Fez-lhes um apelo ao discernimento, a partir do que é possível perceber o que está acontecendo de novidade na sociedade. Por isso, Jesus pediu os discípulos de João para observarem a sua prática: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11,4-5). Ao remetê-los de volta a João, Jesus envia-os a darem testemunho de sua prática. Jesus os transforma em testemunhas do seu Reino, enviando-os como missionários. Com isso, Jesus exorta os discípulos de João a perceberem, a partir de seu agir e das consequências de sua prática, a sua identidade: ele é o Messias, o libertador e anunciador da alegre mensagem do Reino de Deus aos pobres. É a partir da observação e da interpretação das ações de Jesus que se descobre quem Ele é: Nele o Reino já está presente, acontecendo na história.

Prezados irmãos e irmãs. Celebremos este Tempo do Advento em espírito de vigilância, preparando-nos bem para o encontro do Senhor que vai chegar e alegremo-nos pela presença de seu Reino entre nós.

Deus abençoe a todos e um bom domingo!

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim