Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor é a porta de acesso à Semana Santa e é a celebração litúrgica que faz memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém para a festa da Páscoa judaica. A Liturgia toma a sequência dos últimos acontecimentos da vida pública de Jesus, convidando-nos a reparar os nossos erros, oferecendo-nos o calor da Divina misericórdia. A Semana Santa, que nos convoca a caminhar com o Cristo em sua semana de dor, morte e ressurreição, finaliza nossa preparação para celebrarmos a Páscoa, mistério central da nossa fé.
Na celebração de Ramos misturam-se dois aspectos contraditórios: a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e, depois, sua paixão e morte na Cruz. Somos convidados a entrar com Jesus em Jerusalém, reviver seus passos, na cidade sagrada onde está o templo de Deus. No entanto, Jerusalém é o lugar do martírio. Jesus, o Messias que foi prometido, o Rei verdadeiro é aclamado: “Hosana ao filho de Davi”. Mas em uma semana ele será rejeitado, traído e morto: “crucifica-o” é o que gritam os mesmos que o aclamaram.
O que move Jesus nesta sua entrada em Jerusalém? É, certamente, o seu grande amor ao Pai e a todos nós. Jesus na sua Paixão é movido pelo amor, como Ele afirmou: “Não há maior amor que dar a vida pelos que se ama” (Jo 15,13).
Com os ramos nas mãos, nós hoje acolhemos Jesus e o aclamamos como nosso Rei e Senhor. O Senhor de nossa vida. Queremos segui-lo vivendo o Evangelho, pois compreendemos na fé o significado do que Ele disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente” (Jo11,25-26).
Estamos celebrando o terceiro Ano Vocacional Nacional, quando somos convocados a fazer da vida um dom, um serviço a Deus, como fez Jesus. Mas, na verdade, é Ele que nos serve. Jesus, o Filho dá-nos sua vida, perdoa nossas infidelidades, aceita a fragilidade de nossos propósitos de segui-lo no caminho da cruz que é o caminho do amor serviço. Eis nossa vocação maior: a fé que age através do amor, a vitória que vence o mundo, o fundamento de nossa esperança. A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado “em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
É dever sagrado, de todo cristão católico, participar do Tríduo Pascal. Absolutamente nada pode substituir este compromisso. É incompreensível e, diríamos, quase intolerável, que um cristão, que se diga católico, faça, por exemplo, um acampamento nos dias do Tríduo Pascal – que significa: quinta-feira à noite, a Santa Ceia; sexta feira, às 15 horas, a Paixão; e sábado, a Vigília Pascal. É uma única celebração dividia em três dias, é a Mãe de todas as celebrações do Calendário Litúrgico. É o eixo da nossa fé e vivência religiosa. “Nós te adoramos, ó Cristo, e te bendizemos porque por tua santa Cruz remistes o mundo”
Neste sábado e Domingo de Ramos realizamos a coleta da Solidariedade. Como Jesus, demonstremos amor e generosidade.
Dom José Mario Scalon Angonese – Bispo de Uruguaiana