“É mais caro recuperar os biomas do que preservar”, afirmou professor Rainer

A Arquidiocese de Porto Alegre e a Escola de Humanidades da PUCRS, com o apoio do Centro de Pastoral e Solidariedade, promoveu a palestra “Biomas Brasileiros”, que foi proferida pelo Prof. Dr. Rainer Radtke, da Universidade de Tübingen, Alemanha, na manhã desta quarta-feira, 29 de março, no Auditório do Prédio 5, da PUCRS, em Porto alegre (RS). Marcou presença na abertura além do palestrante, dom Jaime Spengler, arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e presidente do Regional Sul 3 da CNBB, o Decano da Escola de Humanidades, Dr. Draiton Gonzaga de Souza, e o professor da Faculdade de Biociência, Júlio César Bicca Marques. Participaram bispos, padres, professores, seminaristas, estudantes da PUCRS e da Universidade de Tübingen.

O professor Rainer fez um relato de viagem que realiza com seus alunos pelos biomas brasileiros. “Na universidade todos falam de biodiversidade, mas na prática poucas sabem o que é ou nunca viram com seus próprios olhos o que significa. Os alunos vieram comigo para conhecer os biomas brasileiros com objetivo de um contato direto com a biodiversidade e não ficar apenas com o que a mídia transmite. Este ano é o 22° grupo de estudantes que trago e já vieram cerca de 500 alunos comigo”, contou.

Para Rainer, o bioma Pampa é único e muito bonito e tem que cuidar para não destruí-lo. “É muito mais caro recuperar os biomas do que preservar. É possível desfrutar e conviver sem mudar seu perfil natural”, afirmou.

Segundo dom Jaime Spengler, a Igreja trata dessas temáticas no período da Quaresma para aumentar a consciência do povo para com o cuidado da Casa Comum. Mas muitas vezes é questionada por alguns grupos organizados que não entendem a importância de cuidar do meio ambiente. “Dizem que a Igreja não deveria se meter nesse tipo de problemática, mas precisamos discutir sobre isso. E pergunto para o botânico, biólogo e filósofo: por que tratar dos biomas hoje?”, indagou.

Na visão o biólogo Bicca, tratar dos biomas é uma obrigação moral e a religião é a base da moral. “Se partirmos da história da Terra, que dizem que tem mais de 4 milhões de anos, nós estamos nos últimos quatro segundos. Nos últimos milésimos de segundos a nossa destruição da natureza tem sido absurda. Nos últimos 70 anos a degradação ambiental aumentou e nós temos que mudar nosso estilo de vida para continuarmos vivendo no planeta”, salientou.

Para finalizar, o palestrante contou que há 32 anos circula pelo Brasil e percebe nos últimos anos uma mudança do comportamento do povo. “O lixo na paisagem tem diminuído. A consciência está mudando no desejo de preservação, o que dá esperança pela mentalidade das pessoas e não tanto pelas políticas que sempre cortam a verba destinada para a preservação. Tudo é questão de educação e ensino”, concluiu Rainer.

Por Judinei Vanzeto, assessoria de Imprensa do Regional Sul 3 da CNBB

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