E vamos agora para o Dia dos Pais

Depois de termos rezado pelas vocações sacerdotais, vamos agora para o Dia dos Pais, com a preocupação de rezar pelas vocações à vida familiar; precisamos vocações para a paternidade. Mas para ter pais, precisamos também jovens com vocação à maternidade, pessoas capazes de gerar vida e formar novas famílias.

É com este pensamento que nós nos voltamos para a liturgia deste domingo. Encontramo-nos com o profeta Elias, saindo da gruta, e ouvindo a voz de Deus: “Sai e permanece sobre o monte, porque o Senhor vai passar” (1 Rs 19,11). Ele tem a promessa de um encontro com o Senhor.  “Veio um vento impetuoso, depois um terremoto e por fim o fogo. E o Senhor não estava em nenhum destes sinais. Por fim, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. Ali estava o Senhor” (1 Rs 12-13). O Senhor não estava nos fortes impactos, mas na brisa suave. É ali que ele se manifesta.

Nós que vivemos agora esta longa quarentena, encerrados em nossas casas, na intimidade das famílias, é possível que Deus tenha olhado para muitas crianças e muitos jovens, com a suavidade de uma brisa para mostrar a autêntica vocação de um pai ou de uma mãe.

Jesus Cristo, que veio centenas de anos depois de Elias, faz o milagre da multiplicação de pães, vai o monte para rezar, e depois, a altas horas da madrugada, se encontra com os seus discípulos, caminhando sobre as águas. Assim Ele vai se revelando. E quando Pedro estava caminhando em direção de Jesus, quase se afundando, o Senhor o acode: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” (Mt 14,31).

Esta é a pergunta que o Senhor faz este ano a todos os pais que, no meio da pandemia, se assustaram, perderam o emprego, perderam vidas e começaram vacilar na fé e na vida cristã: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”.

Tendo já passado o grande susto, precisamos ajudar a todos os pais de família a levantar a cabeça e prosseguir com firmeza. Aliás, na maioria de nossas casas, o pai é aquele que vai à frente com esta esperança sempre renovada e palavra de conforto no sofrimento e na dor. Com todos os pais, vamos em frente… Não podemos sucumbir como “homens fracos na fé”!  

Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo