“Eles reconheceram o Senhor ao partir do pão!”
A primeira Comunidade cristã, reunia-se frequentemente, para a celebração da Sagrada Eucaristia. Assim o fazia na obediência às indicações dadas por Jesus, para a Memória de seus gestos de salvação e de seu sacrifício supremo na Cruz.
Temos o Senhor sempre presente entre nós através da realização destes Ritos. Eles não nos tiram da realidade, mas através de sua celebração unem-se os acontecimentos históricos da vida de Jesus e os de sua Igreja, com os de toda a humanidade. Em tudo se integram o Plano de Deus de Salvação com a realidade de toda a humanidade.
A Igreja que celebra a Eucaristia não é um grupo reunido em torno de interesses humanos, como uma ONG ou uma Associação humana, mas sim em torno de uma Pessoa: Jesus Cristo Nosso Senhor. É dele de onde tiramos força e coragem para a vida de cada dia.
A 1a Leitura deste Domingo (Atos 2,14.22-33) nos apresenta, o primeiro testemunho público dos Apóstolos sobre Jesus depois que os mesmos receberam do dom do Espírito Santo.
Neste testemunho há uma reflexão sobre o sentido da vida e da ressurreição de Nosso Senhor, à luz do Antigo Testamento. “Qual o sentido da ressurreição de Cristo?”. Citando o Salmo 15, o discurso de Pedro nos leva a compreender a ressurreição inserida dentro do Plano de Salvação de Deus para com a humanidade.
Aprendemos neste trecho a importância do fato da ressurreição, garantia de vida plena em Deus. E aprendemos também a ler o Antigo Testamento na ótica de Cristo. É Ele o centro da Sagrada Escritura.
O Salmo responsorial deste Domingo é o Salmo 15, citado na 1a Leitura. É um Salmo de confiança em Deus e de Ação de Graças, que anuncia a ressurreição do Senhor Jesus: “pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.”
Na 2a Leitura (1 Pedro 1,17-21) o Apóstolo recorda a importância de nos sentirmos e de vivermos, de fato, como filhos de Deus. A filiação divina deve ser sempre a marca de nossa vida como cristãos: não basta saber-nos filhos de Deus. É preciso vivermos como tal, ou seja, viver a nova vida em Cristo Ressuscitado. É neste quadro que devemos compreender a obra de redenção realizada por |Nosso Senhor, através do Mistério de sua vida, paixão, morte e ressurreição.
O Evangelho deste Domingo (Lucas 24,13-35) mostra dois momentos muito importantes para um autêntico encontro com o Senhor, experiência esta vivida pelos discípulos de Emaús: a escuta das Escrituras e a fração do Pão Eucarístico (Eucaristia).
Podemos encontrar também neste texto uma realidade de fundamental importância: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”. Pedro concentra em si o testemunho da ressurreição, dado pelos demais apóstolos.
Queridos irmãos, em cada Missa que é celebrada neste mundo, unem-se estes elementos fundamentais da escuta da Palavra do Senhor com a recepção do Pão eucarístico. Assim, fazemos Memória de sua Páscoa.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen