Estamos no mês das Missões

Quando começa o mês de outubro, com a celebração de Santa Teresinha, Padroeira das Missões, todos os católicos já sabem que estamos no mês missionário e que a jornada mundial das missões se aproxima.

Na liturgia deste domingo, tudo começa com o texto de Isaías que recorda a frustração de um amigo que tinha plantado uma vinha em fértil encosta. Caprichou ao máximo, em todos os detalhes, mas na hora da colheita, ela produziu uvas selvagens. Nem sei se realmente existem uvas selvagens, mas compreendo que a frustração foi muito grande. O amigo do profeta estava decepcionado e convencido de que deveria abandona-la e fazer outro empreendimento.

No Evangelho, Jesus conta a história do povo de Israel através da parábola dos vinhateiros infiéis. Jesus sabia muito bem que plantar uma vinha era um serviço delicado e era feito com muita dedicação. Era como constituir um povo, organizá-lo e acompanha-lo por muitos anos. Depois este povo começou a perseguir os enviados de Deus e matar os profetas. É a extrema decepção de um Deus que é amor.

Na parte final do Evangelho, o próprio Jesus nos apresenta o conteúdo central de nossa pregação: “Vós nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos”?(Mt 21,42).

Jesus está anunciando que ele pessoalmente vai ser rejeitado, vai ser levado à cruz, mas ressuscitará. Ele será esta pedra rejeitada, mas que depois da ressurreição será colocada como pedra angular do novo povo de Deus.

Precisamente esta é a tarefa da Igreja, num ano tão abalado pela pandemia, neste mês missionário, é hora de pensar nesta pedra angular, anunciar este Cristo vivo e ressuscitado, fundamento de nossa fé, motivo de nossa esperança e impulso para a vivência da caridade.

Este é o recado de Paulo, na carta deste domingo: “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, r4espeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. E o Deus da paz estará convosco” (Fl 4,8-9). É com esta mensagem que nós queremos entrar no mês missionário.

Dom Zeno Hastenteufel – Bispo Diocesano de Novo Hamburgo