Fala com sabedoria e ensina com amor (II)

Continuando a nossa reflexão sobre o texto da campanha da fraternidade, o lema “fala com sabedoria, ensina com amor” vai penetrando em nossos corações,  despertando emoções e desejos sinceros que esse jeito de ser e viver – cultura do encontro – vá construindo um lastro cultural impregnado de atitudes concretas, transformando o tecido social e a convivência humana.

Segundo o texto base, “a cultura do encontro nos motiva a romper com as fronteiras do preconceito, do ódio e da indiferença indo ao encontro do outro e de suas realidades. É próprio de quem é educador o cultivo do espírito de construção de uma nova realidade que promova a cultura do encontro” e “a formação humana integral nos conduz a refletir sobre as diversas formas de educar e de construir as comunidades humanas, as sociedades e as civilizações, tecidas universalmente pelas relações pessoais e coletivas” (52 e 54).

Outra afirmação muito importante ressalta que “os pais são os primeiros, mas não os únicos, educadores de seus filhos. Além dos pais e da família, uma aldeia inteira tem capacidade de educar… Essa aldeia é formada por uma imensa rede social, que tem uma abrangência global e plasma um novo jeito de ser e de viver” (60).

A seguir sobre o papel da escola e do professor, esclarece que “a instituição escolar tem um papel insubstituível. Ela não substitui o contexto educativo familiar, nem é o único espaço social onde se faz educação. Mas é um lugar onde, de modo sistêmico, articulado e especializado, se faz a educação formal e se capacita para a cidadania, o trabalho e as complexas relações sociais. Nesse contexto não há dúvidas que o professor é o profissional por excelência da educação e a escola um indispensável ambiente de aprendizado… Educar é humanizar, um ato de amor e esperança no ser humano” (69).

Sobre o acesso ao ensino: “É importante destacar que o acesso sem qualidade é um simulacro de acesso. Os avanços vividos nas últimas décadas são visíveis, porém insuficientes e vagarosos” (72).

Depois de afirmar a importância e a colaboração da Escola Católica, incentiva as dioceses, para através da Pastoral da Educação, marcar presença e apoio à educação pública.

Com relação ao Ensino Religioso diz que é essencial no componente curricular como educação para a paz social, do diálogo respeitoso com a diversidade cultural e também para os valores humanos e espirituais, na percepção da busca humana à transcendência.

Essa visão serena, firme e aberta ao diálogo, demanda por novos educadores e com novas perspectivas da educação. O desafio é para todas as pessoas de boa vontade e chegaremos lá se ‘falarmos com sabedoria e ensinarmos com amor’.

Para refletir: Consigo perceber a abrangência e a diversidade de aspecto da Educação? Que importância tem a educação para mim e minha família? Como avalio a ação do poder público com relação a esse tema? É minha preocupação colaborar para que todos tenham acesso a uma educação de qualidade?

Textos Bíblicos: Ex 3, 1-8; 1 Cor 10, 1-12; Lc 13, 1-9.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório