Falecimento

Introdução

A vida pode ser resumida como o conjunto de sensações que nós, na fragilidade do nosso corpo e dentro de um breve tempo, conseguimos navegar no mundo que nos é dado. Porém, na dimensão da fé, encontramos outro sentido para a vida: viver é ser feliz servindo com alegria! Mesmo nas adversidades do tempo e nos contrários da história, encontra a felicidade quem serve com alegria, quem se torna dom de Deus para os mais necessitados. E quando o tempo se encerra e a morte se apresenta, revigoramos nossa confiança de que a vida daqueles que se fizeram servidores do bem não fica encerrada no túmulo, senão que é glorificada e eternizada em Deus. Nesse sentido, diante da partida do Pe. Claudino Magro SAC, as palavras de Jesus são reconfortantes: “Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino dos Céus”(Mt 5,3).

Família

O Claudino nasceu no dia 07 de julho de 1920, embora tenha sido registrado no dia 14 de setembro, em Sarandi/RS. Filho de Antonio Magro e Antonia Signor. Seus pais eram pessoas simples e muito religiosas. Tiveram onze filhos, sendo o Claudino o quarto. Foi batizado pelo Pe. Carlos Kolb PSM. Como moravam em uma região que estava sendo colonizada, seu pai contratou um professor particular para dar aula para os filhos em casa.

Vocação

Claudino ouviu falar pela primeira vez em vocação quando os missionários capuchinhos pregaram missões em Sarandi. Mais tarde seu pai, durante a vindima, lançou a pergunta: “quem de vocês quer estudar para padre?” Todos ficaram calados, mas o menino Claudino sem saber o que era ser padre arriscou um sim. Através do pároco Pe. Henrique Pretti CS e da revista Rainha dos Apóstolos começou a conhecer e foi encaminhado para os palotinos.

Em 1936, partiu de Sarandi em um caminhão de carga rumo a Carazinho, juntamente com o pai e um judeu vendedor de imagens de santos. Em Carazinho tomaram um trem que depois de um dia de viagem, chegaram a Santa Maria. O cheiro da fumaça do trem fez-lhe muito mal, criando um trauma toda vez que tivesse que viajar. A solução era fazer jejum.

Formação

Estando em Santa Maria, foram falar com o pároco da catedral, Pe. Caetano Pagliuca que os encaminhou para Cadeado, cursando aí o terceiro e quarto ano preliminar. Em 1938 continuou os estudos em Vale Vêneto. No seminário a vida era pobre, simples, disciplinar, mas de muita espiritualidade. O Pe. Claudino em seus escritos comenta: “Guardo as melhores lembranças daqueles anos em que vivemos alegres e contentes. Que lindas eram as festas do reitor, da padroeira, a Rainha dos Apóstolos, do padre Provincial, os teatros e o esporte, os passeios grandes, a devoção mariana que nos infundiu uma espiritualidade sadia!”

Em 1942, chegou a ser convocado para lutar na 2ª. Guerra Mundial, mas graças ao pedido de dispensa feito pelo Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, ao Ministro da Guerra foi dispensado.

Em 1944 fez o noviciado em São João do Polêsine/RS, tendo como mestre o Pe. Agostinho Michellotti. De 1945 a 1952 fez os cursos de Filosofia e Teologia no Seminário Maior de São João do Polêsine/RS. Fez a sua primeira consagração na Sociedade do Apostolado Católico no dia 02 de fevereiro de 1946.

A ordenação presbiteral aconteceu no dia 30 de dezembro de 1951, em sua terra natal, Sarandi. No mesmo dia, em Linha Sete, Nova Palma eram ordenados outros quatro colegas: Achylle Alexio Rubim, Genésio Trevisan, Otávio Bortuluzzi e Virgílio Costabeber. Todos os cinco tiveram a graça de celebrar o jubileu de ouro de sacerdócio juntos.

No seu diário espiritual, no dia 25 de junho de 1951, escreveu: “Em preparação ao meu sacerdócio, rezarei todos os dias o Rosário, isto é, três terços. Entrego de modo especial a preparação do meu sacerdócio à Mãe três vezes Admirável de Schöenstatt. Ela há de preparar o meu sacerdócio, há de guiar-me seguramente ao altar, onde me encontrarei com seu divino Filho. A vós, Mãe querida, está confiado o meu sacerdócio.” Também sobre o dia de sua ordenação escreveu: “Oh grande dia! Oh dia feliz! Dia inesquecível e o amor de minha vida!”

Atividade Pastoral

Começou o exercício do seu ministério sacerdotal, em dezembro de 1952 e janeiro de 1953, com a benção das casas em Sobradinho. Visitou a cavalo seiscentas famílias e recolheu ofertas de trigo e feijão para os seminários de São João do Polêsine e Vale Vêneto. Retornou a Santa Maria e passou a ser propagandista de retiros na região de Santa Maria e Quarta Colônia. Em outubro de 1953 foi para Santo Augusto como vigário paroquial, permanecendo lá até dezembro de 1955. A partir de 1956 passou a ser o pároco de Coronel Vivida/PR, permaneceu aí até maio de 1964. Foi a Palotina, e também assumiu a função pároco até fevereiro 1968. Em março de 1968 veio para o Colégio Máximo Palotino, em Santa Maria/RS e trabalhou no setor de catequese. Em 1969 foi para a Casa de Retiros, em Santa Maria/RS, e assumiu a função de Arquivista Provincial. Em 1979 fez o curso de arquivologia em Roma, Itália. Como arquivista trabalhou até o ano 2001. Continuou morando na Casa de Retiros até 2012. De 2013 a até os seu último dia foi morar na Comunidade Pe. Caetano Pagliuca, no Patronato.

Rumo à Casa do Pai

Domingo de Páscoa, 21 de abril, começou a se sentir mal e apresentar insuficiência cardíaca. Foi internado a domicílio e veio a falecer neste dia 26 de abril de 2019.

O Pe. Claudino foi um membro da comunidade sempre muito presente, se interessou muito pela vida da província, mesmo quando limitado pela saúde. Deixa-nos um belo testemunho de simplicidade, dedicação e de vida palotina.

Partiu para a Casa do Pai aos 98 anos, dos quais 73 de vida consagrada e 67 de ordenação presbiteral.

Neste dia 26, sexta-feira, celebraremos missas de exéquias às 11h e às 15h na Capela da Comunidade Local Pe. Caetano Pagliuca, junto ao Patronato, em Santa Maria/RS. Às 17h será o sepultado no Cemitério dos Padres e Irmãos Palotinos, em Vale Vêneto/RS.

Dai-lhe Senhor o repouso eterno e brilhe para o Pe. Claudino a Luz do Cristo Ressuscitado.