Ao enfatizar que a função primária do jornalista “é informar, mas para informar bem, precisa fazer com precisão e responsabilidade, ouvindo os lados interessados”, Von Dorff destacou que quando o jornalismo atinge um nível de excelência, contribui de forma importante para educar.

O jornalista lembra que o fake news é um fenômeno recente, claramente atrelado à evolução da internet e com objetivo de enganar o público, criar sensacionalismo, atender interesses exclusos, políticos ou econômicos.

“Esse fenômeno o mundo começou a observá-lo com as eleições nos Estados Unidos, e no período do impeachment da ex-presidente Dilma. Essas notícias falsas neste período chegaram a ser mais compartilhadas do que as notícias verdadeiras. A fake news que tem forte apelo monetário acabou virando uma pandemia”, enfatizou.

Características – Entre características mais comuns destes sites, mencionadas em pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) estão: não tem página identificando administradores ou jornalistas; as notícias não são assinadas; as notícias são cheias de opiniões; distorcem os fatos; se escondem e mentem sobre fontes; lança títulos sensacionalistas para gerar curtidas e rendimento monetário.

Ricardo Von Dorff lembrou que a dimensão da fake news chegou a 3 das 5 notícias mais compartilhadas na internet durante o impeachmentda ex-presidente Dilma, chega a 6 em cada 10 norte-americanos que ficam confusos com fakes distribuídas e têm mais acesso do que importantes jornais.

Explicou que além das motivações políticas, como é caso do presidente Donald Trump, os falsários ganham dinheiro ao impulsionar o tráfego de acessos, compartilhamentos e curtidas por meio do Google e Facebook (controlam 89% da receita do mundo digital) e influenciam no direcionamento de publicidade.

Reações – No mundo a checagem exaustiva de notícias iniciou em 2001 nos Estados Unidos e cresce com o financiamento dos gigantes do mundo digital. No Brasil, a partir de 2011, a agência Lupa se destaca no combate às notícias falsas e a consequente perda da credibilidade do jornalismo. “A boa notícia é que o único remédio, é fazer um jornalismo melhor, mais checado, divulgando a verdade de forma atraente”, ressaltou.

Roseli Rossi Lara – Rede Scalabriniana
Correspondente no 10º Muticom, em Joinville

Fonte: Signis Brasil