Feliz Natal!
Dom Remídio José Bohn – Bispo da Diocese de Cachoeira do Sul
Hoje é Natal. É um convite à Alegria: “Eu vos anuncio uma grande alegria… porque nasceu um Salvador”. É uma lição de Humildade e Pobreza: Deus feito criança, numa gruta… É um apelo de Amor e Paz, porque DEUS “tendo amado os seus enviou-nos o seu próprio filho”, anunciado pelos anjos: “Glória a Deus… e PAZ na terra…”.
O Salvador do mundo vem para Se tornar participante da nossa natureza humana: já não estamos sós e abandonados. A verdadeira luz vem iluminar a nossa existência, muitas vezes obscurecida pelas trevas do egoísmo e pelas tristes maldades que afetam nosso planeta. Onde não se dá glória a Deus, onde Ele é esquecido ou até mesmo negado, também não há paz.
A vinda de Jesus, assumindo nossa condição humana, significa, portanto, que Deus oferece à humanidade a vida em plenitude. Sempre existiu no homem o anseio da vida plena, conforme o projeto original de Deus; mas, na prática, esse anseio fica, muitas vezes, frustrado pelo domínio que o egoísmo, a injustiça, a mentira (o pecado) exercem sobre a pessoa humana. Toda a obra de Jesus consistirá em capacitar cada ser humano para a vida nova, para a vida plena, a fim de que Ele possa realizar o projeto de Deus.
“Deus é tão bom que renuncia ao seu esplendor divino e desce ao estábulo para que O possamos encontrar e, assim, a sua bondade chegue também a nós, se nos comunique e continue a agir por nosso intermédio” (Bento XVI).
Ainda que a humanidade tenha sede de Deus, de sua proximidade. Entretanto, quando chega o momento, não tem lugar para Ele. Está tão ocupada consigo mesma, sente necessidade tão imperiosa de todo o espaço e de todo o tempo para as próprias coisas, que não resta nada para o outro: para o próximo, para o pobre, para Deus. Muitas vezes vive longe de Jesus Cristo, que veio para ser “Deus conosco”. Vive em filosofias, em negócios e ocupações que ocupam todos os espaços e a partir dos quais o caminho para a manjedoura é muito longo.
Por mais pecador que sejamos não tenhamos medo do Senhor, ele se fez tão pequeno para que os pequenos deste mundo se aproximassem dele com a esperança da reconciliação com Deus e com todos os homens.
O Presépio, que hoje contemplamos, é um quadro bonito e terno, um convite a acolher a “Palavra”, para nos tornar pessoas renovadas. A manjedoura dos animais veio a ser o símbolo do altar, sobre o qual jaz o Pão que é o mesmo Cristo: o verdadeiro alimento para os nossos corações. Uma vez mais vemos como Ele se fez pequeno: na humilde aparência da hóstia, de um pedacinho de pão. Ele continua a doar-se a nós… e nós o podemos receber.
Que todos possamos experimentar esta alegria e Paz, fruto do amor de Deus, e testemunhá-la ao longo do Novo Ano que se aproxima!
Feliz e Santo Natal!