Gratidão aos consagrados
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano.
“A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho. Ao homem que sofre, Deus não dá um raciocínio que explique tudo, mas oferece a sua resposta sob a forma duma presença que o acompanha, duma história de bem que se une a cada história de sofrimento para nela abrir uma brecha de luz. Em Cristo, o próprio Deus quis partilhar conosco esta estrada e oferecer-nos o seu olhar para nela vermos a luz.” (Papa Francisco).
Caminhando à luz da fé, os cristãos são convocados a colaborar na transformação das realidades temporais. Tarefa específica nesse âmbito possuem as mulheres e homens consagrados, aos quais a Igreja Católica dedica o próximo final de semana. Essas pessoas buscam observar na vida cotidiana os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Como consagrados e consagradas, participam da obra da evangelização da Igreja no mundo e a partir do mundo, onde, por meio de diversas formas de atuação, agem como “fermento na massa, luz do mundo e sal da Terra”. Seu empenho e testemunho de vida cristã consagrada visa organizar as coisas temporais de acordo com a proposta do Reino de Deus e impregnar a sociedade com a força do Evangelho.
A história do Rio Grande do Sul traz a marca da dedicação e o empenho de tantos homens e mulheres que, consagrando suas vidas por meio dos conselhos evangélicos em distintos institutos, cooperaram e cooperam na construção de uma sociedade justa e fraterna.
Nos membros de Institutos e Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, há inúmeros sinais de generosidade, desapego, sacrifício, esquecimento de si próprio no intuito de ajudar os outros, presentes em hospitais, obras sociais, escolas, creches, asilos, casas de acolhida, centros de recuperação de dependentes químicos, organismos eclesiais e pastorais. São iniciativas que não fazem publicidade, mas que caracterizam a vida de tantas pessoas. São seres humanos marcados e iluminados pela experiência do encontro com a pessoa de Jesus Cristo, que “creem, amam e esperam” e, por isso, vivem uma vida de liberdade evangélica; são profetas e profetizas do Reino de Deus e sua justiça.