Jesus Cristo, nosso único Salvador
No curso da história, e atualmente, é notável a tendência das pessoas em descartar Jesus Cristo de suas vidas, recusando-se a aceitá-lo como o Salvador do mundo, consequência do excessivo culto ao progresso e a seus frutos materiais.
Os ensinamentos bíblicos são claros ao afirmar que somos chamados à vida de comunhão com Deus. Cada vida é uma chamada amorosa de Deus, e todos nós possuímos uma tarefa única e grandiosa a realizar neste mundo. E depois, vivermos a felicidade eterna com Deus.
No entanto, é comum encontrar indivíduos descontentes, alegando experimentar falta de amor e de afeto. A verdade é que cada um foi chamado à vida por Deus, para desempenhar um papel significativo no mundo. E o segredo de uma vida feliz está no cumprimento dedicado ao projeto de Deus a respeito de cada um de nós, projeto este sempre exigente e sacrificado.
O desejo de uma vida sem sacrifícios levou muitos a idolatrar falsos deuses, buscando uma felicidade fugaz em prazeres sensíveis, na obsessão pelo dinheiro ou na procura incessante por reconhecimento social, entre outros. A consequência disso é a construção de uma ilusão de “paraíso terrestre”, marcado pela substituição do amor pelo ódio e pela escravidão a um materialismo estatal.
No entanto, como cristãos, cabe-nos anunciar a Jesus Cristo, o Salvador eterno. Ele é a fonte da esperança e da alegria genuína para todos os tempos.
Cada um de nós, batizados, é chamado a participar na missão salvadora de Jesus Cristo, vivendo conforme a vontade de Deus e abraçando a própria vocação. Não se trata de buscar grandezas ou cargos de destaque aos olhos dos homens, mas sim viver generosamente conforme a vocação que nos foi designada, sendo luz neste mundo obscurecido.
Muita gente abandonou o caminho da fé. Contudo, mais do que nunca, as pessoas anseiam por testemunhos vivos da existência de Deus, algo que se manifesta no amor generoso que cada um pode oferecer ao seu próximo.
Asim, somos chamados a encarnar diariamente a imagem de Jesus Cristo, questionando-nos constantemente: “Como agiria Ele, aqui e agora?”
A narrativa do Evangelho deste Domingo (João 1,35-42), situada às margens do Jordão, onde João Batista pregava e batizava, é uma lembrança sobre como acolher Jesus Cristo em nossas vidas.
Assim como João viu Jesus passar por ele, Nosso Senhor também passa ao nosso lado diariamente, seja por meio de alguém que necessita de ajuda ou até mesmo de pequenos gestos de atenção e carinho que desconsideramos. É crucial viver na presença de Deus para compreender essas manifestações divinas em nosso cotidiano. Ser cristão autêntico significa também ter a capacidade de encontrar a Deus em cada situação normal de nosso dia a dia.
Da mesma forma que João testemunhou o Espírito Santo descendo sobre Jesus, nós também recebemos esse Espírito no Batismo, tornando-nos filhos de Deus. É necessário, então, prestar atenção às inspirações do Espírito Santo e segui-las com prontidão para nos transformarmos na imagem viva de Jesus Cristo.
A nossa missão não se encerra ao sair do templo após a Missa. Devemos testemunhar o amor de Cristo, irradiando alegria, acolhimento e felicidade em nossas ações diárias. Mesmo na simplicidade do dia a dia, tal como Nossa Senhora e São José em Nazaré, podemos guiar os outros em direção a Deus.
Em resumo, acolher Jesus Cristo significa reconhecer sua presença em todos os momentos, permitindo que seu amor guie nossas ações, transformando o ordinário em extraordinário para testemunhar seu amor e verdade neste mundo em busca de significado e esperança.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller – Bispo de Frederico Westphalen