Mãe, a bênção!

A celebração do Dia das Mães lembra-nos da condição de filhos. O mandamento bíblico ensina que os filhos “honrem os pais”. Por isso, é uma data especial para agradecimentos, reflexões, orações, celebrações e manifestações de gratidão. O grande dom da vida foi o primeiro presente que recebemos e não existe forma de retribuição, senão pela gratidão. Se todos compartilham a condição de filhos, nem todos experimentam o dom da maternidade ou da paternidade.

As mães têm consciência que a maternidade é um dom por gerarem vida, também sabem que é uma grande e desafiadora missão. Toda vida gerada é nova, única e a ser construída. Também é frágil e seu futuro é imprevisível. Uma missão que se desenvolve numa sociedade, com seus valores e perigos. Uma missão partilhada com pessoas próximas e distantes. Uma missão que requer cuidado constante e renovação permanente.

As mães são um bem para a humanidade. O Papa Francisco, na Exortação apostólica Amoris Laetitia, de 19/03/2016, escreveu: “De fato, as mães são o antídoto mais forte contra o propagar-se do individualismo egoísta. São elas que testemunham a beleza da vida. Sem dúvida uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende. Sem mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo” (nº 174).

O Dia das Mães terá seu esplendor pela postura dos filhos. A sabedoria bíblica conduz os filhos a “honrarem os pais” (Êxodo 20,12). Esse mandamento vem logo após aqueles que dizem respeito ao próprio Deus. Encabeça os mandamentos que se referem ao próximo. Os pais são os mais próximos. Eles transmitiram a vida e os primeiros conhecimentos. “Com efeito, contém algo de sagrado, algo de divino, algo que está na raiz de todos os outros tipos de respeito entre os homens. (…) O vínculo virtuoso entre gerações é a garantia de futuro e de uma história verdadeiramente humana. Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra. É uma sociedade destinada a encher-se de jovens áridos e ávidos” (nº 189).

A sabedoria bíblica de “honrar os pais”, certamente não está ultrapassada. Mesmo que a palavra honra não seja tão frequentemente usada, mas merece ser resgatada no seu sentido sagrado de estimar, respeitar, acatar e venerar. “Honra teu pai de todo o coração e não esqueças as dores de tua mãe. Lembra-te de que foste gerado por eles. O que lhes darás pelo que te deram?” (Eclesiástico 7,29-30). Celebrar o Dia das mães é sorrir com as que sorriem, chorar com as que choram, sofrer com as que sofrem.

As mães são uma benção. As mães abençoam. Rogamos a Deus pelas mães para terem uma vida abençoada. Fazemos isto pela intercessão de Maria, Mãe de Jesus, que viveu as maiores de alegrias e os maiores sofrimentos com seu filho Jesus.

Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo